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Avó denuncia que 2 netos sofreram abuso sexual
Mulher acusa pai e padrasto das crianças em reunião da CEE da Pedofilia
2 anos após denúncia contra padrasto, garota revela que o pai estava fazendo a mesma coisa; caso foi levado à DDM
HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO
A dona de casa Sandra
(nome fictício), 54, denunciou ontem na Câmara de Ribeirão que os netos -um menino de nove anos e uma menina de sete- foram abusados sexualmente pelo pai e
pelo padrasto das crianças.
O depoimento foi dado na
primeira reunião da CEE (Comissão Especial de Estudos)
de Combate à Pedofilia.
A avó foi à Câmara narrar o
ocorrido a pedido do presidente da comissão, Walter
Gomes (PR).
A avó, a mãe e as crianças
conversaram com Gomes e
com os vereadores Oliveira
Júnior (PSC), Evaldo Mendonça (Giló) (PR) e Gláucia
Berenice (PSDB).
Sandra contou que o primeiro abuso foi sofrido há
dois anos pela neta. O autor
teria sido o padrasto. Segundo a avó, a criança ficava
sempre na companhia do padrasto, mas ninguém desconfiava que sofria abuso.
"Só soubemos no dia em
que saí para atender a campainha e vi que a menina estava com o vestido levantado. Perguntei o que aconteceu e ela contou que ele estava se esfregando nela."
A avó e a mãe das crianças
fizeram um boletim de ocorrência no mesmo dia, mas segundo elas, ninguém da polícia tomou qualquer providência -a titular da Delegacia de Defesa da Mulher não
quis falar sobre o caso.
O padrasto nunca foi preso
pelo crime e ameaçou-as de
morte por um ano. "Minha filha se separou dele e procuramos um psicólogo para
acompanhar a menina, porque ela estava muito traumatizada", disse a avó.
Durante o tratamento psicológico, a família foi orientada a reaproximar as crianças do pai biológico. Eles
passaram a ficar juntos aos
finais de semana. Depois do
Natal do ano passado, o menino passou a apresentar um
comportamento agressivo.
"De repente, meu neto começou a ir mal na escola, estava revoltado, não queria ir
às aulas e quase não falava
com ninguém. Achamos estranho e ficamos em cima para saber o que tinha acontecido, mas ele não falava."
Há dois meses, foi a vez de
a menina passar a ter um
comportamento arredio em
relação ao pai biológico. A
avó conta que a criança chorava quando tinha de passar
o final de semana com o pai.
"No começo, achamos que
era apenas birra, mas depois,
ela acabou contando ao psicólogo que o pai estava fazendo o mesmo que o "tio" fazia", contou a mãe.
Segundo a avó, depois que
a irmã falou, o menino também criou coragem e disse
que era abusado pelo pai
desde dezembro.
Ainda de acordo com a
avó, o pai das crianças ameaçou a família e disse que mataria a ex-mulher, se fosse
denunciado à polícia.
"Ficamos com medo, porque da primeira vez ninguém
fez nada para nos proteger.
Mas agora vamos até o fim
com isso", disse Sandra.
Depois da reunião, avó,
mãe e as crianças foram encaminhadas à DDM para registrar os dois últimos casos.
Segundo Gomes, a CEE vai
acompanhar o caso e indicar
psicólogos para as crianças.
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