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Ribeirão lidera a rota caipira do tráfico
Toneladas de drogas são trazidas por aviões que pousam em pistas clandestinas de fazendas de cana na região
Segundo a Polícia Civil, pujança econômica da região e a ligação com outras rotas atraem a atenção das quadrilhas
DE RIBEIRÃO PRETO
A quase meia tonelada de
cocaína apreendida anteontem em Ribeirão veio do Paraguai, em voo clandestino,
para ser distribuída em grandes centros urbanos. Essa é a
aposta da Polícia Federal.
Isso porque os inúmeros
canaviais da região são o cenário ideal para os traficantes desembarcarem a droga
sem ser vistos. A movimentação dá a Ribeirão, segundo a
PF, o posto de comando da
rota caipira do tráfico.
E os números oficiais confirmam a liderança da região.
A partir de 2007, a região superou a de Campinas na
quantidade de ocorrências
com tráfico de drogas, só perdendo, no Estado, para a
Grande São Paulo e para a
Baixada Santista.
De janeiro a abril, o Deinter-3, região de Ribeirão para
a Polícia Civil, teve 871 ocorrências envolvendo tráfico
de drogas. No Deinter-2, de
Campinas, foram 704.
"Ribeirão atrai criminosos
pelo poder econômico da cidade, pelo potencial consumidor e também por estar
próximo de Minas Gerais,
servindo como centro distribuidor", disse o delegado-assistente da Seccional de Ribeirão, Marco Antonio Sales.
Por terra, segundo Sales,
Ribeirão se combina a outras
rotas da droga, como a de
Presidente Prudente e a de
São José do Rio Preto.
Várias ocorrências levaram os policiais a identificar
a região como rota de drogas
vinda do Paraguai.
No último dia 1º, por exemplo, um monomotor foi encontrado por trabalhadores
rurais em chamas no meio de
um canavial de Bocaina, sem
tripulante. O caso levantou a
suspeita de que a aeronave
transportava drogas e teria
sido abandonada por pane.
Em janeiro do ano passado, a Polícia Civil apreendeu
170 kg de crack e 7 kg de cocaína em um avião clandestino que teve de fazer um pouso forçado em um canavial
em Sales Oliveira. Quando os
policiais chegaram, já não
havia ninguém no local.
PASQUALE CIPRO NETO
No Mundial, a coluna será publicada no caderno Copa 2010
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