|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mulheres avançam mais no eleitorado da região
De 1989 a 2010 a região ganhou 954 mil eleitores, com maioria feminina
Maior colégio eleitoral, Ribeirão também é a mais feminina, com 53,2% do eleitorado composto por mulheres
DE RIBEIRÃO PRETO
Desde que votou na primeira eleição direta para a
Presidência da República
após a redemocratização do
país, em 1989, a região de Ribeirão adicionou 954 mil pessoas ao seu eleitorado.
Em outubro daquele ano,
as cidades da região somavam 1,403 milhão de eleitores. Cinco eleições presidenciais depois, a população
eleitoral avançou 68%.
Na última contagem da
Justiça Eleitoral, divulgada
no mês passado, eram 2,365
milhões cadastrados com
com título de eleitor.
A principal mudança nesse intervalo foi na relação entre homens e mulheres que
vão às urnas.
Em 1989, havia 739 mil
eleitores do sexo masculino,
enquanto a população de
eleitoras chegava a 664 mil.
À época, os homens representavam 52,40% do eleitorado e as mulheres, 47,09%.
Neste ano, as posições são
inversas. Na comparação
com o final da década de 80,
o número de homens aptos a
votar na região cresceu
56,1%, para 1,154 milhão.
No mesmo intervalo, o
eleitorado feminino cresceu
82,3%, para 1,211 milhão de
pessoas, passando a representar 51% da população votante, ante 48,7% do universo masculino. Não há informações sobre gênero para
0,3% dos cadastrados.
Esse processo de feminilização vem acompanhado de
uma tendência de envelhecimento do eleitorado, de acordo com o professor da Escola
Nacional de Ciências Estatísticas José Eustáquio Diniz Alves. O fenômeno é o que o
pesquisador chama de o "poder das balzaquianas".
Até a década de 90, segundo o professor, a balança pesava para o lado dos eleitores
homens e jovens.
A mudança, segundo ele, é
explicada pelo fato de as mulheres viverem mais, passando a ser maioria na medida
em que a população brasileira vê o estreitamento da base
da pirâmide populacional,
formada pelos jovens.
Na região, por exemplo, o
contingente de eleitores com
mais de 60 anos (387.675) já
se aproxima do número de
aptos a votar com até 24 anos
(392.366). A maior parte, no
entanto, está faixa etária entre 25 e 44 anos.
Como consequência desse
processo, a tendência é que
esse grupo emergente de mulheres - e mais velhas- ganhe atenção nas políticas públicas e na atuação eleitoral,
como já acontece no mercado de trabalho, de acordo
com o professor de marketing político e pesquisa de
opinião da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil)
Paulo Moura.
De acordo com o perfil do
eleitorado da região, 249.018
pessoas eram analfabetos ou
somente liam e escreviam
quando foram registrar-se.
A Justiça Eleitoral adverte,
no entanto, que não faz a
atualização desse tipo de dado e que, portanto, esse eleitor pode ter estudado e saído
da condição relatada.
No período formado pelos
últimos 21 anos, além de eleitores, a região também ganhou cinco novas cidades.
Texto Anterior: Candidatos e eleitores da região têm perfis diferentes Próximo Texto: Candidato "padrão" é homem com mais de 40 anos Índice
|