Ribeirão Preto, Quarta-feira, 01 de Setembro de 2010

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Dárcy remove favelas para área sem infraestrutura

Casas para famílias do aeroporto ficarão prontas antes de creche e posto

Os atuais moradores do conjunto Paulo Gomes Romeu, que estão no local há um ano e meio, ainda não têm creche


JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

A Prefeitura de Ribeirão Preto deve remover um grupo de 230 famílias -ou 920 pessoas- das favelas do Jardim Aeroporto para as novas casas do conjunto Paulo Gomes Romeu a partir de dezembro sem a contrapartida de infraestrutura.
Ou seja, não há previsão de inauguração de creches, escolas, postos de saúde. De acordo com moradores ouvidos pela Folha, os equipamentos que existem no bairro já estão saturados.
O conjunto Paulo Gomes Romeu, que já recebeu famílias da favela do Monte Alegre em 2009, está localizado na zona oeste, ao lado dos bairros Paiva 1, 2 e 3.
O juiz João Gandini, do projeto Moradia Legal, afirma que representantes da Secretaria do Planejamento e da Cohab informaram que, do total de R$ 7 milhões da verba liberada pelo Estado para infraestrutura na área, a prefeitura só fez pedido de um equipamento, no valor de R$ 1 milhão.
"Nós temos o dinheiro, mas cabe à prefeitura definir o que fazer. As coisas no poder público são complicadas. Por mais boa vontade que se tenha, quando vê, passaram-se meses e as coisas não foram pedidas", disse o juiz.
A assistente social da prefeitura Maria Inês Farinha confirma que as prioridades ainda estão sendo definidas, mas diz que haverá tempo.
De acordo com o presidente da Cohab-RP, Rodrigo Arenas, diz que todos os pedidos já foram encaminhados e cabe ao Estado construir os equipamentos, via CDHU.
Por sua vez, o CDHU informou que a responsabilidade de garantir creches e postos de saúde para a população removida é da prefeitura.
Apesar de estarem há um ano e meio nas novas casas, os ex-moradores do Monte Alegre continuam sem opção para matricular as crianças de até três anos. Só há uma pré-escola no local.

CARÊNCIA
Maria Nanci Mendes Silva, 42, conta que buscou vaga para a neta Yasmin, 2, mas a creche mais próxima fica no Monte Alegre, a 30 minutos de caminhada. "Como minha filha trabalha até tarde, ficaria longe para eu ir buscar minha neta", queixa-se.
Moradores reclamam também do único posto de saúde do bairro. Quando foi inaugurado, atendia entre 7.000 e 8.000 famílias. Hoje, recebe 10 mil, mas mantém os mesmos 30 funcionários.
A Secretaria da Saúde diz que vai licitar um novo posto de saúde para o local.
Em nota, a Secretaria da Educação disse que está construindo uma creche e uma pré-escola no bairro, que atenderão 500 crianças.


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