DA FOLHA RIBEIRÃO

O Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgoto) de Araraquara e a Polícia Militar retiraram ontem 59 catadores que recolhiam lixo no aterro sanitário da cidade. O Daae havia sido notificado pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) para que impedisse a entrada de catadores no local -o prazo venceu ontem. O motivo da proibição são os riscos à saúde, de acordo com o Daae. "Existe lei que impede o trabalho dos catadores em aterros. Então, só estávamos cumprindo a lei", disse o superintendente da autarquia municipal, Wellington de Almeida Leite.
O superintendente afirmou que era difícil manter os catadores fora do local e, por isso, eles o freqüentavam há muito tempo. "Tem até cerca, mas o pessoal vai e corta. Aí fica difícil", afirmou.
De acordo com o superintendente, a saída dos trabalhadores do local foi pacífica. "Conversamos e o pessoal saiu numa boa. Alguns não quiseram sair, aí chamamos a Polícia Militar para ajudar a conversar e eles saíram", afirmou Almeida Leite.
Segundo ele, em nenhum momento foi preciso o uso de força. "Não iria permitir o uso de violência", afirmou.
O Daae tem um convênio com uma cooperativa de reciclagem para a coleta seletiva de lixo no município. Segundo Leite, a maioria dos catadores de lixo que atuavam no lixão era dessa cooperativa, que faz triagem de material reciclado no aterro. De acordo com o superintendente do Daae, alguns dos catadores não se ajustaram às normas da cooperativa e, por isso, se separaram do grupo e resolveram agir por conta própria.
"Muitos estão inscritos em projetos sociais desenvolvidos pela prefeitura, como cursos profissionalizantes e programas de alfabetização, por exemplo. Mas mesmo assim é difícil fazê-los sair dali", afirmou o superintendente do Daae.


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