Prefeita que tomou posse ontem se reúne com secretariado hoje para discutir como incentivar a geração de empregos

Ideia inicial é diminuir ISS das empresas, mas não está descartada a isenção de outros impostos para combater o desemprego

Edson Silva/Folha Imagem

Ao encerrar discurso de 17 minutos na cerimônia de posse na Câmara de Ribeirão, a prefeita democrata Dárcy Vera agradece a Deus

GEORGE ARAVANIS
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Ao assumir o cargo de prefeita de Ribeirão Preto ontem, Dárcy Vera (DEM), admitiu que pode reduzir impostos como o ISS (Imposto Sobre Serviços) para incentivar os empresários a gerar empregos neste ano devido à crise financeira. "Eu quero buscar criatividade, novidades. Dentro da [Secretaria] da Casa Civil vamos criar um grupo para trabalhar para o desenvolvimento econômico."
A democrata disse não saber ainda se pode dar isenção em outros impostos. "Ainda não conversamos sobre isso, mas o [Francisco] Pinghera [secretário da Fazenda] vai trazer amanhã [hoje] algumas propostas e vamos discutir."
Hoje, às 8h, a prefeita faz a primeira reunião com o secretariado para discutir esse e outros assuntos. Por enquanto, a nova administração só confirmou uma parceria com a ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto) para a instalação de seis placas nas entradas da cidade convidando empresários a se instalarem em Ribeirão.
A prefeita diz que a questão de empregos é um dos temas centrais de seu governo em razão da crise que, segundo ela, deve fazer o "desemprego bater à porta" de Ribeirão.
Pinghera afirmou que a ideia é reduzir progressivamente o ISS, como já foi feito no governo de Welson Gasparini (PSDB). "Só esperamos uma nova previsão de arrecadação desse imposto, porque o Orçamento foi feito antes da crise".
Dárcy se esquivou quando questionada onde irá cortar, caso a crise derrube a arrecadação. "A gente vai buscar trabalhar com criatividade", disse a prefeita, após a cerimônia de transmissão do cargo.
A democrata afirmou ainda que vai tentar usar espaços nas escolas estaduais para absorver alunos do ensino fundamental da rede municipal que não encontrem vagas. "Não temos ainda o número desse déficit, mas temos uma preocupação com as primeiras séries do ensino fundamental, que são responsabilidade municipal."
A secretária da Educação, Débora Vendramini, disse que a intenção é tentar um convênio com o governo do Estado. Ela não quis adiantar detalhes, mas afirmou que o objetivo é otimizar recursos.
Reeditando o discurso "coragem e ousadia" que exibiu na campanha, Dárcy prometeu trabalhar com espírito "novo, criativo, dinâmico e diferenciado" e afirmou que duas de suas principais promessas de campanha, o Doutor Móvel e a Fortec, sairão do papel neste ano. "O Doutor Móvel, se Deus quiser, daqui a um mês e meio já esteja funcionando", disse.
Dárcy chegou à Câmara para a cerimônia de posse acompanhada de toda a família e usando um vestido rosa, colar de pérolas e bolero (casaquinho) -os homens da família dela, assessores e alguns vereadores do DEM usaram gravata rosa.
No discurso na Câmara lotada, a prefeita pediu ao PSDB apoio para governar e exortou os vereadores tucanos a tratar seu governo "como o mesmo respeito que os nossos vereadores tiveram pelo governo de vocês" -os democratas eram da base de apoio de Gasparini.
Mas o clima não estava para alianças. A vereadora Silvana Resende (PSDB), que presidiu a cerimônia e fez discurso antes de Dárcy, fez questão de ressaltar que o Legislativo é um poder independente e "não um anexo [do Executivo]". De quebra, cutucou a prefeita que tem fama de assistencialista ao dizer que o papel do vereador não é distribuir cesta básica, arrumar cargo ou fazer favor aos munícipes.


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