Ribeirão Preto, Domingo, 02 de Janeiro de 2011

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Deficit e "visão limitada" ofuscam Dárcy

Essa é a opinião de especialistas em administração pública e de lideranças de bairros ouvidos pela reportagem

Falta integração entre secretarias, além de planejamento; já obra antienchente e parque geram pontos positivos

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Dárcy Vera (DEM) chegou à Prefeitura de Ribeirão Preto como novidade. Era a primeira mulher no comando da cidade. Seu estilo performático predominou no primeiro ano de governo.
O lado marqueteiro foi mantido no segundo ano, mas Dárcy terminou a primeira metade do mandato com problemas de gestão que "ofuscam" sua imagem de administradora. Essa é a opinião de especialistas do setor e lideranças de bairros.
Segundo eles, o rombo nas contas do município , a falta de ações articuladas e a "visão limitada" são os pontos fracos da prefeita.
Para Cláudia Passador, responsável pelo GPublic (Centro de Estudos em Gestão e Políticas Públicas Contemporâneas), Dárcy, como seus antecessores, adotou um modelo de governo pouco eficaz, privilegiando "políticas transversais".
"Dengue, por exemplo, é uma questão ligada à saúde, mas que tem de considerar limpeza urbana, educação ambiental. Envolve diversas secretarias. Isso eu não vejo acontecer em Ribeirão."
O presidente da Associação Amigos do Jardim Canadá, na zona sul, Honyldo Pinto, também aponta a mesma "falha": "[Dárcy] usa a máquina como vem sendo feito há 30 anos. E só faz propostas pontuais, sem visão global da cidade".
A falta de integração entre secretarias e prefeita existe ainda na zona leste, segundo o presidente da Associação dos Moradores do Parque Residencial Candido Portinari, Eriosvaldo Marinho.
"Parece que não tem uma parceria entre ela e os secretários. A gente vai falar com o secretário sobre um assunto, ele diz que precisa de liberação da prefeita. Aí, a gente tenta conversar com a Dárcy e ela diz que o assunto é do secretário", afirma.
Já Dorotea do Carmo Castigio, líder da associação de bairro da Vila Tibério, na zona oeste, tem uma avaliação mais positiva do governo.
"Acho que ela está indo bem. Administrar não é fácil nem dentro de casa", afirma Dorotea. E ela cita uma conquista: "A Dárcy entregou o parque Maurilio Biagi, que é o quintal da nossa casa".
O Quintino Facci 1, na zona norte, não teve tantos benefícios, segundo o presidente da associação do bairro, Robson Dias do Egito. Para começar, ele diz que a região não apoia a ampliação do aeroporto Leite Lopes, nova bandeira da prefeita.
Egito tem uma lista de queixas sobre a situação do Quintino, entre elas a falta de iluminação e de limpeza urbana, além da sensação de abandono. "A praça do bairro não recebe um investimento há mais de 25 anos."
A principal entidade do centro, a ACI (Associação Comercial e Industrial), elogia o governo, mas também aponta falhas da gestão Dárcy.
"Como ponto positivo destacam-se as obras antienchente, que minimizaram o impacto negativo das chuvas", diz José Carlos Carvalho, presidente da ACI.
"Mas, sentimos falta de visão futura da cidade. Não há planejamento estratégico, a cidade não tem um Plano Diretor definido. É um problema que perdura há anos".


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