Ribeirão Preto, Sábado, 02 de Abril de 2011

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Sem leito, Ribeirão leva pacientes para o Santa Lydia

Rede estava com 24 pessoas à espera de leitos; oito foram atendidas de forma improvisada no Santa Lydia

Prefeita e gestores dos hospitais vão a Brasília cobrar mais repasse para aumentar o nº de leitos do SUS na cidade

DE RIBEIRÃO PRETO

Sem leitos suficientes nos hospitais para atender 24 pessoas à espera por vaga, a Prefeitura de Ribeirão Preto teve ontem de apelar para o Santa Lydia e levar de forma improvisada oito pacientes para a instituição.
A situação ocorreu porque a rede atingiu um pico pela manhã nas UBDS (Unidades Básicas Distritais de Saúde) com os 24 pacientes.
Com isso, a prefeita Dárcy Vera (DEM) organizou uma reunião de emergência ontem com representantes dos hospitais para que revissem suas vagas e pudessem desocupar leitos do SUS.
Após uma conversa conjunta, havia 16 leitos disponíveis -dois no hospital Beneficência Portuguesa, quatro na Santa Casa e dez na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas.
Para os demais pacientes, sobrou o improviso: foram arrumadas camas no Santa Lydia e médicos da rede se deslocaram ao hospital.
A justificativa da prefeita e dos gestores dos hospitais para a alta demanda foi uníssona: o número de leitos do SUS é insuficiente para o número de pacientes que só cresce em Ribeirão.
Dárcy defende a tese de que boa parte dos moradores da região é atendida na rede municipal e depois ocupam leitos hospitalares que na verdade seriam para ribeirão-pretanos.
O diretor-técnico da Beneficência, José Victor Nonino, afirma que de 20% a 25% de seus leitos são ocupados por moradores da região.
Em Ribeirão, há 110 leitos gerais pagos pelo SUS na Beneficência e mais 140 na Santa Casa.
Outros 169 leitos apenas para emergências estão na unidade de emergência do HC/UE, divididos com pacientes da região.
Diante da carência de leitos, a prefeita, acompanhada de representantes da Santa Casa e da Beneficência, pretende falar na próxima semana com o ministro da Saúde Alexandre Padilha.
"A prefeitura e cada hospital farão o levantamento das suas carências, para mostrar que o repasse do SUS não condiz com a nossa realidade", diz Dárcy.
Uma das reclamações da prefeita era de que havia ontem vagas livres nos hospitais, segundo o sistema eletrônico, mas que, na prática, estavam ocupados.
O diretor-técnico da Santa Casa, Luiz Antônio Araújo Dias, disse que houve o descompasso porque há pacientes que têm alta, mas não saem no mesmo instante.
"Muitas vezes ele não tem para onde ir, se não tem família, ou temos dificuldade de que a ambulância venha sem atraso", disse.
(JULIANA COISSI)


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