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Feira do Livro quer saída de jovens das praças
15 e Carlos Gomes
Aglomeração de adolescentes é a principal queixa de frequentadores e de expositores do evento
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A organização da Feira do Livro de Ribeirão Preto tentará
"retirar" das praças 15 de Novembro e Carlos Gomes, onde o
evento acontece, o principal
motivo de reclamação de expositores e frequentadores: os
adolescentes.
Pela primeira vez, o "público
teen" terá um espaço próprio,
com programação específica,
que vai funcionar nos Estúdios
Kaiser de Cinema, localizado
na rua Mariana Junqueira, na
região central, a cerca de 500 m
das praças. Isabel de Farias,
presidente da Fundação Feira
do Livro, entidade que organiza
o evento, admite que o espaço
foi concebido para minimizar
as queixas sobre os jovens.
"Tentamos minimizar um
problema que a gente sabe que
é recorrente", disse.
A programação cultural do
espaço ainda não foi definida,
mas segundo o coordenador
dos Estúdios Kaiser de Cinema,
Edgar de Castro, a ideia é oferecer durante todos os dias do
evento, das 10h às 18h, oficinas
culturais, como aulas de dança
de rua, grafite e fotografia, sempre estabelecendo ligações com
a literatura.
"A ideia não é simplesmente
tirar os adolescentes da feira. A
gente pensou num projeto para
inseri-los culturalmente", afirmou Castro.
Wesley Patrick de Oliveira,
gerente da livraria Paraler, uma
das principais expositoras do
evento, gostou da proposta. Segundo ele, os adolescentes muitas vezes "espantam" os frequentadores dos estandes com
apitos e gritaria.
"Eles não circulam, mexem
com todo mundo que passa,
principalmente com as meninas, e não são nada discretos
quando fazem isso", disse.
Neste ano, a Feira do Livro de
Ribeirão, que é o principal
evento cultural da cidade,
acontece entre 10 e 20 de junho. Durante o evento, as escolas públicas geralmente liberam os adolescentes das aulas,
mas não promovem atividades
que os incentivem a participar
do feira. Por causa disso, as
duas praças se transformam
em pontos de encontro convencionais e os frequentadores
e expositores acabam reclamando da "bagunça".
Na feira de 2009, grades foram colocadas nos bancos das
praças para evitar que os alunos se reunissem para bater papo. Até anteontem, a fundação
não havia definido as estratégias para convencer os jovens a
frequentar o espaço. Mas a proposta é divulgar a programação
aos adolescentes nas duas praças e nas escolas.
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