Ribeirão Preto, Segunda-feira, 02 de Maio de 2011

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Cresce presença chinesa na Agrishow

Feira, que começa hoje e vai até sexta-feira, terá 22 novas empresas -a maioria vem do país asiático e da Itália

Organização estima que negócios fechados no evento movimentem R$ 1,5 bilhão, 30,4% a mais do que em 2010

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

As empresas chinesas aumentaram sua presença na Agrishow (Feira Internacional da Tecnologia Agrícola em Ação) deste ano, evento que começa hoje e vai até sexta-feira em Ribeirão.
Segundo a organização da feira, a 18ª edição terá ao menos 22 novas empresas estrangeiras -a maioria delas chinesas e italianas- tentando vender seus produtos.
A organização não divulgou o número de empresas por nacionalidade no evento deste ano e no do ano passado, mas informou que houve aumento das chinesas.
O crescimento ocorre mesmo contra a vontade da indústria nacional.
De acordo com o presidente da feira, Cesário Ramalho, a rejeição aos asiáticos ocorre por uma guerra de mercado influenciada pela queda no preço do dólar e a alta carga tributária brasileira. Com preços mais competitivos, os chineses são uma ameaça à indústria nacional.
"A Agrishow não vai atrás [das empresas]. Elas é que vêm e não temos como limitá-las, já que cumprem corretamente com as regras da feira, no pagamento do espaço", disse Ramalho, que também é presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira).
Segundo ele, a indústria brasileira protesta contra a entrada dos estrangeiros. "O governo [federal] tem deixado o dólar cair para conter a inflação e assim acaba prejudicando a indústria brasileira, gerando desemprego", disse o presidente da feira.
Ramalho citou que a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) já chegou a propor a taxação de máquinas e equipamentos chineses ao governo brasileiro, mas ele acredita que nenhuma decisão deverá ser tomada.
Ele lembrou, por outro lado, que a China é o principal país consumidor da soja brasileira. "É uma felicidade ter a China como compradora de soja, mas tê-la vendendo equipamentos aos produtores brasileiros é muito difícil", disse Ramalho.
Procurada, a Embaixada da China no Brasil informou que não sabe dizer quais empresas participam da feira. "Eles vêm sem nos avisar. Temos muitas empresas na China", disse Hong Lei, porta-voz da embaixada.

ITÁLIA
O analista Emilio Pelizzon, do ICE (Instituto Italiano para Comércio Exterior), órgão ligado ao governo italiano, disse que o agronegócio brasileiro não é só interessante para a Itália, mas para o mundo todo.
O ICE participa da feira neste ano com 32 empresas, o dobro do ano passado. A exposição é estratégica: as empresas ficarão agrupadas num espaço de 900 m2 no centro da feira.
Pelizzon afirmou que 80% dos negócios fechados na feira referem-se a peças e acessórios de alta tecnologia agregada. "O país tem potencial e queremos participar desse crescimento", disse.
Além de vender, as empresas italianas vêm em busca de relacionamento com a indústria brasileira para reforçar o desenvolvimento de parcerias técnicas, tecnológicas e comerciais, afirmou o analista do governo italiano.


Próximo Texto: A agrishow 2011 em números
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.