Ribeirão Preto, Terça-feira, 02 de Junho de 2009

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Lula deve propor que "gato" seja extinto

Proposta foi elaborada por governo e setor sucroalcooleiro; intermediário é apontado como problema

MARCELO TOLEDO
ENVIADO ESPECIAL A SÃO PAULO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve lançar, em 15 dias, um projeto que, seguido à risca, vai eliminar do setor sucroalcooleiro uma figura tida como responsável por parte dos problemas enfrentados pelos migrantes que se dirigem à região de Ribeirão Preto para trabalhar no corte de cana: o "gato", intermediário que atua na contratação dos bóias-frias.
O anúncio foi feito ontem em São Paulo pelo ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência, Antonio Lambertucci, durante a abertura do Ethanol Summit, o encontro que reúne várias lideranças do setor sucroalcooleiro.
No mesmo evento, representantes do setor lançaram um projeto de requalificação profissional que deve atender cortadores de cana de Ribeirão ainda neste ano.
Já a extinção do "gato" foi proposta por um grupo criado pelo governo para aperfeiçoar as condições de trabalho nas usinas. De quatro problemas listados, a prioridade é a eliminação do intermediário.
"[O segundo ponto é] Contratar migrante por meio do Sine [Sistema Nacional de Emprego], além de dar transparência na aferição da cana cortada", afirmou Lambertucci. O quarto ponto é valorizar as negociações trabalhistas.

Qualificação
O projeto de treinamento profissional apresentado pelo setor sucroalcooleiro prevê a requalificação anual de 7.000 trabalhadores, começando neste ano. O programa deve custar R$ 10 milhões e será bancado pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) e por empresas como Case, Syngenta e John Deere.
A intenção é amenizar o desemprego que será causado pela mecanização no corte da cana-de-açúcar -a mecanização na colheita deve ser total até 2014 em regiões já mecanizadas e até 2017 em áreas não mecanizadas. Ribeirão está entre as cidades cujos trabalhadores serão requalificados em 2009.
O projeto é insuficiente para sanar o desemprego. Hoje, 450 mil bóias-frias trabalham no Estado, segundo a Unica, responsável pelo programa. Para treinar todos, seriam necessários 64 anos.


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