Ribeirão Preto, Sábado, 02 de Julho de 2011

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USP rompe convênio com a prefeitura

Universidade alega prejuízo e deixará de prestar o pronto-atendimento em saúde na distrital do Sumarezinho

Prefeitura diz não ter sido informada e que pagamentos de repasses são feitos segundo ordem cronológica


Márcia Ribeiro/Folhapress
Pacientes em frente à UBDS do Sumarezinho, em Ribeirão, que será administrada pela USP só até o mês que vem

ANA SOUSA
DE RIBEIRÃO PRETO

A Faepa (Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência), ligada ao Hospital das Clínicas de Ribeirão, da USP, anunciou ontem que vai abandonar o gerenciamento do pronto-atendimento da UBDS do Sumarezinho a partir de 27 de agosto.
A unidade é uma das cinco distritais de Ribeirão e responsável pelo atendimento a pacientes de bairros como Alto do Ipiranga, Cidade Universitária e Jardim Paiva.
O conselho curador da entidade decidiu que não renovará o contrato com a prefeitura, que vence no dia 27, por considerar que o valor oferecido não será suficiente para manter o serviço.
Cálculos apontam um deficit acumulado de R$ 300 mil, que pode chegar a R$ 1,3 milhão caso a Faepa tenha que arcar com os custos da demissão da equipe que trabalha no pronto-atendimento da unidade de saúde.
Segundo o diretor-executivo da Faepa, Sandro Scarpelini, a prefeitura diz que o repasse mensal do convênio pode chegar a R$ 398 mil por mês (cerca de R$ 80 mil a mais do que o valor atual).
A renovação do convênio, que existe desde 2006, só seria viável para a entidade com um reajuste de ao menos R$ 100 mil por mês.
"Não conseguimos chegar a um acordo sobre esse valor. A manutenção do convênio se tornou insustentável pela criação de um deficit financeiro", afirma Scarpelini.
A prefeitura disse ontem, em nota, que não foi informada oficialmente da decisão.
Com salários considerados baixos pela categoria (R$ 2.800), a instituição tem hoje 40 médicos e enfermeiros no pronto-atendimento, mas seriam necessários 54.
Segundo Benedito Maciel, professor da USP e conselheiro da Faepa, o difícil é manter o atendimento aos adultos, pois, nos últimos oito anos, o volume mensal de pacientes saltou de 8.000 para 16 mil.
A colocação de um quarto médico no plantão noturno em 2010 acentuou o problema. Segundo a Faepa, a prefeitura prometeu, mas não pagou pelo profissional.


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