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Área urbanizável na zona leste pode ficar 35% menor
Grupo defende que fazenda, mata e várzea fiquem fora da área de expansão urbana
Ribeirão exige hoje 35% de permeabilização na área, mas índice não garante recarga do aquífero por causa de bairros antigos
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A região urbanizável na zona
leste de Ribeirão Preto, área de
recarga do aquífero Guarani,
pode ser reduzida em até 35%.
A proposta é de um grupo composto pela Promotoria do Meio
Ambiente, SindusCon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), agências ambientais
do Estado, como Daee (Departamento de Águas e Energia
Elétrica) e Cetesb, além de técnicos das secretarias do Meio
Ambiente e Planejamento e
Gestão Pública de Ribeirão.
O objetivo da proposta é garantir áreas permeáveis na zona leste e assegurar o reabastecimento do aquífero, o maior
reservatório de água doce da
América e única fonte de abastecimento público da cidade.
Na prática, o grupo defende
um novo traçado para a linha
que delimita a área urbanizável
do município.
Assim, ficariam excluídos da
área de expansão urbana da zona leste de Ribeirão Preto uma
fazenda com cerca de 200 hectares (o equivalente a 259,7
campos de futebol), uma área
de 1,8 quilômetro próxima ao
Recreio Internacional -até o
CDP (Centro de Detenção Provisória)-, regiões de várzea localizadas entre o rio Pardo e o
bairro Candido Portinari, e três
fragmentos de mata que, juntos, somam aproximadamente
130 hectares.
A ideia é fazer com que as
áreas excluídas permaneçam
na zona rural, sem possibilidade de ocupação. "Não estamos
dizendo que essas regiões não
possam se desenvolver economicamente. Elas podem, mas
como área rural, porque a urbanização é impactante", afirma
Marcelo Pereira de Souza, engenheiro e integrante da Associação Cultural e Ecológica
Pau-Brasil, parte do grupo.
Por enquanto, a administração não antecipa se vai ou não
adotar a proposta de limitar
construções na zona leste.
Em nota, o secretário do Planejamento e Gestão Pública de
Ribeirão Preto, Ivo Colichio,
informou que a administração
estuda, em conjunto com o Ministério Público Estadual, "alternativas para melhor ocupação urbana na zona leste, garantindo, assim, a preservação
do aquífero Guarani".
Segundo o promotor do Meio
Ambiente, Marcelo Pedroso
Goulart, a proposta de criação
de novas regras para a urbanização da zona leste deve ser incorporada ao TAC (Termo de
Ajustamento de Conduta) que
o Ministério Público pretende
propor à prefeitura para impedir a impermeabilização da
área de recarga do aquífero.
Além de restringir a área de
ocupação, a proposta prevê a
subdivisão da zona leste em setores de acordo com o tipo de
ocupação do solo -residencial,
comercial e industrial, e aumentar o índice de áreas verdes, com a criação de bolsões.
Hoje, a prefeitura já exige,
para a ocupação de lotes da zona leste, o índice mais alto de
permeabilização do terreno da
cidade, 35%. Mas, segundo técnicos e ambientalistas, o índice
não garante a recarga do aquífero Guarani porque bairros
consolidados na década de
1990, como o Parque dos Servidores, nasceram antes da exigência mais rígida e impermeabilizaram a região.
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