Ribeirão Preto, Quarta-feira, 02 de Setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Orgulho move morador de Ribeirão, que critica trânsito

Inédito estudo feito por Fundace e ACI-RP mostra a percepção da população

Violência lidera queixas, mas problemas no trânsito instigam os pesquisadores, que ouviram 338 moradores em 80 bairros de Ribeirão

LIGIA SOTRATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

O ribeirão-pretano tem orgulho da cidade, mas vê problemas graves, como a violência e o trânsito. É o que revela a pesquisa Indicadores de Percepção de Ribeirão Preto, divulgada ontem pela Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia), em parceira com a ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto).
O levantamento será anual e a primeira etapa avaliou a qualidade de vida na cidade e a administração municipal.
A pesquisa, que ouviu 338 pessoas seguindo modelo do Censo do IBGE de 2001, mostrou que 92,6% das pessoas ouvidas têm orgulho ou muito orgulho de morar na cidade.
Entre os aspectos positivos, 36,1% citaram lazer, diversão e entretenimento. Já entre os itens apontados pelo moradores como negativos, a violência ficou no topo, com 34,1%, seguida pelo trânsito, com 12,2%.
Apesar de a qualidade de vida ser considerada boa, com uma nota média de 7,2, numa escala de 1 a 10, 47,3% afirmaram que sairiam da cidade.
"Nesse universo de pessoas que disseram que morariam em outra cidade, a maioria tem maior escolaridade. Talvez isso ocorra porque o padrão de remuneração na cidade não seja adequado ou por falta de vagas", afirmou o diretor da Fundace Cláudio Miranda, responsável pela pesquisa.
Para o presidente da ACI-RP, José Carlos Carvalho, a pesquisa pode servir de base para as empresas e os serviços públicos decidirem investimentos e ações.
"O mercado de trabalho está em terceiro na lista de aspectos positivos da cidade, com 10,7%. Isso é pouco para uma cidade como Ribeirão Preto. É um ponto para ser visto, se falta vagas e o que pode ser feito. O que a pesquisa pretende é fazer um diagnóstico da cidade", disse.
A turismóloga Juliana Dalbon, 27, disse que a cidade precisa dar mais atenção ao turismo de negócios e que há pouca oportunidade em sua área. "É um potencial da cidade que não é explorado", disse.
Em relação à administração municipal, os ribeirão-pretanos disseram acreditar que a aplicação de recursos atende a interesses políticos e não da população. Para 86,09%, são questões políticas que motivam a realização de obras públicas. "Nesse ponto, a percepção é generalizada, ou seja, não há diferença entre classe social, escolaridade, sexo ou bairro em que moram. De modo geral, todo morador acredita que a prioridade é política e não a necessidade da população", afirmou Miranda.
O levantamento também mostrou que 83,14% das pessoas creem que os investimentos são voltados à população rica de Ribeirão Preto. Ainda assim, 67,4% dos entrevistados têm uma visão otimista em relação ao futuro do município. Os pessimistas correspondem a 2,7%, enquanto outros 20,1% dos entrevistados são neutros sobre os rumos da cidade.


Texto Anterior: Painel Regional
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.