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Orgulho move morador de Ribeirão, que critica trânsito
Inédito estudo feito por Fundace e ACI-RP mostra a percepção da população
Violência lidera queixas, mas problemas no trânsito instigam os pesquisadores, que ouviram 338 moradores em 80 bairros de Ribeirão
LIGIA SOTRATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
O ribeirão-pretano tem orgulho da cidade, mas vê problemas graves, como a violência e
o trânsito. É o que revela a pesquisa Indicadores de Percepção de Ribeirão Preto, divulgada ontem pela Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração,
Contabilidade e Economia),
em parceira com a ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto).
O levantamento será anual e
a primeira etapa avaliou a qualidade de vida na cidade e a administração municipal.
A pesquisa, que ouviu 338
pessoas seguindo modelo do
Censo do IBGE de 2001, mostrou que 92,6% das pessoas ouvidas têm orgulho ou muito orgulho de morar na cidade.
Entre os aspectos positivos,
36,1% citaram lazer, diversão e
entretenimento. Já entre os
itens apontados pelo moradores como negativos, a violência
ficou no topo, com 34,1%, seguida pelo trânsito, com 12,2%.
Apesar de a qualidade de vida
ser considerada boa, com uma
nota média de 7,2, numa escala
de 1 a 10, 47,3% afirmaram que
sairiam da cidade.
"Nesse universo de pessoas
que disseram que morariam
em outra cidade, a maioria tem
maior escolaridade. Talvez isso
ocorra porque o padrão de remuneração na cidade não seja
adequado ou por falta de vagas", afirmou o diretor da Fundace Cláudio Miranda, responsável pela pesquisa.
Para o presidente da ACI-RP,
José Carlos Carvalho, a pesquisa pode servir de base para as
empresas e os serviços públicos
decidirem investimentos e
ações.
"O mercado de trabalho está
em terceiro na lista de aspectos
positivos da cidade, com 10,7%.
Isso é pouco para uma cidade
como Ribeirão Preto. É um
ponto para ser visto, se falta vagas e o que pode ser feito. O que
a pesquisa pretende é fazer um
diagnóstico da cidade", disse.
A turismóloga Juliana Dalbon, 27, disse que a cidade precisa dar mais atenção ao turismo de negócios e que há pouca
oportunidade em sua área. "É
um potencial da cidade que não
é explorado", disse.
Em relação à administração
municipal, os ribeirão-pretanos disseram acreditar que a
aplicação de recursos atende a
interesses políticos e não da população. Para 86,09%, são
questões políticas que motivam a realização de obras públicas. "Nesse ponto, a percepção é generalizada, ou seja, não
há diferença entre classe social,
escolaridade, sexo ou bairro em
que moram. De modo geral, todo morador acredita que a prioridade é política e não a necessidade da população", afirmou
Miranda.
O levantamento também
mostrou que 83,14% das pessoas creem que os investimentos são voltados à população rica de Ribeirão Preto. Ainda assim, 67,4% dos entrevistados
têm uma visão otimista em relação ao futuro do município.
Os pessimistas correspondem
a 2,7%, enquanto outros 20,1%
dos entrevistados são neutros
sobre os rumos da cidade.
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