Ribeirão Preto, Domingo, 02 de Novembro de 2008

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Crise leva prefeitos eleitos a "pisar no freio"

Maioria diz que gastos de prefeituras terão que diminuir porque ninguém sabe como será 2009; dirigente recomenda cautela

"Crise afeta país, Estado e, conseqüentemente, o município; toda a cadeia começa a ser impactada pela crise", disse Ziulkoski

LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

A crise mundial que inquieta mercados e países em todo o mundo também preocupa os prefeitos eleitos da região de Ribeirão Preto, que temem não conseguir colocar em prática, em 2009, promessas e projetos previamente planejados.
A Folha conversou com os prefeitos eleitos das principais cidades da região e ouviu, de todos, que há uma grande preocupação em relação ao Orçamento do município e à arrecadação de impostos. Todos planejam conduzir as cidades com cautela no primeiro semestre.
A projeção foi confirmada pelo presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski, que diz que "a realidade pode ser muito grave". "A crise afeta o país, o Estado e, consequentemente, o município. Toda a cadeia começa a ser impactada pela crise", disse Ziulkoski.
"Talvez aquele volume de projetos que os prefeitos tinham em mente fique mais tímido se a crise persistir. Estou atrás de parcerias: teremos que usar muita criatividade e ousadia para cumprir nossos projetos", disse a prefeita eleita de Ribeirão, Dárcy Vera (DEM).
Os eleitos dizem que a principal medida a ser tomada para contornar a crise é conter os gastos. "Medidas duras precisarão ser tomadas. Os cortes de gastos, se for preciso, vão acontecer, mas não na área social, e sim na área de investimentos", disse Emanuel Carvalho (PTB), reeleito em Barretos.
Mesmo entre as cidades menores, a preocupação também existe. "Ninguém sabe como será 2009. Nós estamos nos preparando para enfrentar as dificuldades da crise", disse José Luiz Romagnoli (PTB), prefeito reeleito de Batatais.
Em Jaboticabal, José Carlos Hori (PPS), também reeleito, adiantou que os gastos da prefeitura terão que diminuir de 20% a 30%. "Cortar gastos é o mínimo que a gente fará no ano que vem. Num segundo momento, vamos rever valores de contratos. É preciso muita cautela no início da gestão."
Para o petista Oswaldo Barba, eleito em São Carlos, ainda é cedo para fazer qualquer tipo de projeção. "Eu tenho a expectativa de que isso interfira pouco na nossa administração", disse. Otimista, Barba afirmou que a crise não deve comprometer os principais projetos da cidade. "Os projetos que nós temos para o ano que vem estão assegurados. Mas a gente não sabe o que vem pela frente."
João Batista Bianchini (PV), eleito em Bebedouro, minimizou a crise. "Acredito que teremos alguns problemas, mas não acho que é esse bicho todo que estão falando. É com crise que se cresce", disse.
Segundo Ziulkoski, os prefeitos precisarão colocar o "político" de lado e assumir a imagem de administrador para evitar conseqüências ruins. "Se ele colocar o lado político acima da sua gestão, privilegiar acordos e não tiver a prudência devida, terá uma gestão errada que vai desequilibrar suas contas."
Para o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB), a chegada da crise nos municípios é dada como certa. "Não vai ser nada fácil administrar com tamanha crise."


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