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Crise leva prefeitos eleitos a "pisar no freio"
Maioria diz que gastos de prefeituras terão que diminuir porque ninguém sabe como será 2009; dirigente recomenda cautela
"Crise afeta país, Estado e, conseqüentemente, o município; toda a cadeia começa a ser impactada pela crise", disse Ziulkoski
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A crise mundial que inquieta
mercados e países em todo o
mundo também preocupa os
prefeitos eleitos da região de
Ribeirão Preto, que temem não
conseguir colocar em prática,
em 2009, promessas e projetos
previamente planejados.
A Folha conversou com os
prefeitos eleitos das principais
cidades da região e ouviu, de
todos, que há uma grande preocupação em relação ao Orçamento do município e à arrecadação de impostos. Todos planejam conduzir as cidades com
cautela no primeiro semestre.
A projeção foi confirmada
pelo presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski, que
diz que "a realidade pode ser
muito grave". "A crise afeta o
país, o Estado e, consequentemente, o município. Toda a cadeia começa a ser impactada
pela crise", disse Ziulkoski.
"Talvez aquele volume de
projetos que os prefeitos tinham em mente fique mais tímido se a crise persistir. Estou
atrás de parcerias: teremos que
usar muita criatividade e ousadia para cumprir nossos projetos", disse a prefeita eleita de
Ribeirão, Dárcy Vera (DEM).
Os eleitos dizem que a principal medida a ser tomada para
contornar a crise é conter os
gastos. "Medidas duras precisarão ser tomadas. Os cortes de
gastos, se for preciso, vão acontecer, mas não na área social, e
sim na área de investimentos",
disse Emanuel Carvalho
(PTB), reeleito em Barretos.
Mesmo entre as cidades menores, a preocupação também
existe. "Ninguém sabe como
será 2009. Nós estamos nos
preparando para enfrentar as
dificuldades da crise", disse José Luiz Romagnoli (PTB), prefeito reeleito de Batatais.
Em Jaboticabal, José Carlos
Hori (PPS), também reeleito,
adiantou que os gastos da prefeitura terão que diminuir de
20% a 30%. "Cortar gastos é o
mínimo que a gente fará no ano
que vem. Num segundo momento, vamos rever valores de
contratos. É preciso muita cautela no início da gestão."
Para o petista Oswaldo Barba, eleito em São Carlos, ainda
é cedo para fazer qualquer tipo
de projeção. "Eu tenho a expectativa de que isso interfira pouco na nossa administração",
disse. Otimista, Barba afirmou
que a crise não deve comprometer os principais projetos da
cidade. "Os projetos que nós temos para o ano que vem estão
assegurados. Mas a gente não
sabe o que vem pela frente."
João Batista Bianchini (PV),
eleito em Bebedouro, minimizou a crise. "Acredito que teremos alguns problemas, mas
não acho que é esse bicho todo
que estão falando. É com crise
que se cresce", disse.
Segundo Ziulkoski, os prefeitos precisarão colocar o "político" de lado e assumir a imagem
de administrador para evitar
conseqüências ruins. "Se ele
colocar o lado político acima da
sua gestão, privilegiar acordos
e não tiver a prudência devida,
terá uma gestão errada que vai
desequilibrar suas contas."
Para o deputado federal
Duarte Nogueira (PSDB), a
chegada da crise nos municípios é dada como certa. "Não
vai ser nada fácil administrar
com tamanha crise."
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