Ribeirão Preto, Quarta-feira, 02 de Dezembro de 2009

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Mensalidade sobe até 30% nas escolas

Sindicato afirma que a média ficou entre 5% e 8%, mas escolas têm liberdade para calcular o reajuste

DA FOLHA RIBEIRÃO

O valor das mensalidades escolares será até 30% maior nas escolas particulares de Ribeirão em 2010, superando, de longe, a inflação do período, de 4,5%. O Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) afirma que a média foi de 5% a 8%.
"Quase morri do coração. Não tenho do que reclamar do ensino, que é excelente. Mas acho abusivo o aumento e não sei se vou mantê-lo [o filho] na escola no próximo ano. Como é fase decisiva, já que o vestibular se aproxima, mesmo se trocar é preciso manter um bom padrão de ensino e pagar por isso", disse o representante comercial Genilson Dantas, 46, que tem um filho no ensino médio do Albert Sabin. O colégio disse que o reajuste foi de 8% (leia texto ao lado).
Para Érika Cristina Marques Trindade, 39, que é mãe de uma estudante do ensino médio do COC, o novo valor assustou.
"No ano passado, o reajuste foi menor. Vou pesquisar outras escolas, ver se vale trocar. Mas estou em dúvida, pois às vezes a mudança acaba saindo mais cara do que manter no mesmo colégio, já que é preciso comprar material". O aumento do COC, segundo pais ouvidos pela Folha, chegou a 16%.
O presidente regional do Sieeesp, João Andrade Velloso, disse que cada escola é livre para adotar o percentual que julgar necessário. "Existe uma projeção da inflação, mas não uma orientação de aumento. Cada escola sabe dos seus gastos, se teve obras de expansão, se fez investimento maior e, a partir disso, faz os cálculos".
Júlio Murata, 38, tem um filho de quatro anos no colégio Marista e disse que não houve reajuste, mas a instituição passou a cobrar 13 parcelas de anuidade, em vez de 12.
"Apesar de a mensalidade não ter tido alteração, essa nova cobrança não deixa de ser um aumento", disse. Segundo ele, o aumento do ano passado ficou em torno de 9%.
Segundo Velloso, o reajuste é feito anualmente e, por causa da lei, não pode ser mudado. "O que for repassado aos pais permanece até dezembro de 2010. A escola tem que pensar em um índice que contemple aumento do salário de professores, funcionários, variações da economia e a inadimplência, que está em torno de 9%."
Velloso defende que a negociação sempre prevalece, mesmo com a liberdade para praticar novos valores. "Todos [os colégios] trabalham em parceria com os pais. A escola depende do aluno e o pai quer colocar o filho na escola. Normalmente, chegam a um acordo. Se as opções se esgotam, a cidade tem muitas e excelentes escolas para que os pais possam ter seus pleitos atendidos."


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