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Médico que fez plástica não era especialista
Enfermeira morreu domingo na Santa Casa de São Simão, onde trabalhava, durante cirurgia estética
DA FOLHA RIBEIRÃO
A operação estética que causou a morte da enfermeira Sabrina Machado da Silva, 31, no
domingo, na Santa Casa de São
Simão, foi conduzida por um
médico que não tem especialidade na área de cirurgia plástica. A morte de Silva será apurada pela Polícia Civil e pelo Conselho Regional de Medicina.
Segundo a SBCP (Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica),
o médico Marcelo Engracia
Garcia, que operou a enfermeira, não está na lista de profissionais ligados ao órgão. A polícia diz que a durante a operação
ele estava acompanhado da filha Marcela Engracia Garcia.
Ela, por sua vez, aparece no
site da SBCP como "aspirante a
membro em treinamento", o
que significa que a médica está
em fase de preparação para
atuar como cirurgiã plástica,
mas ainda não foi liberada para
o pleno exercício. Os dois profissionais não foram localizados para falar sobre o caso.
O secretário e presidente
eleito da SBCP, Sebastião Nelson Edy Guerra, disse que, como Marcelo Garcia não integra
o órgão, compete ao Conselho
Regional de Medicina apurar o
que causou a morte de Silva.
Já o delegado superintendente do conselho em Ribeirão
Preto, Eduardo Luiz Bin, disse
que um pedido de abertura de
sindicância foi encaminhado à
sede do órgão, em São Paulo.
"Só após a abertura da sindicância eu posso começar a coletar dados para apurar o que
realmente ocorreu", disse.
Silva trabalhava na Santa Casa de São Simão, onde foi operada. Ocorreram complicações
durante a cirurgia e ela teve que
ser transferida às pressas para
o Hospital São Paulo, em Ribeirão Preto. Ela não resistiu a
uma intensa hemorragia e
morreu na unidade.
De acordo com o diretor clínico do Hospital São Paulo,
Omar Feres, a enfermeira chegou ao local "praticamente
morta". "Ela já tinha perdido
muito sangue e sofrido quatro
paradas cardíacas antes de chegar aqui", disse Feres.
O inquérito instaurado pela
Polícia Civil tem prazo de 30
dias para ser concluído. A direção da Santa Casa de São Simão
deve se manifestar só depois
que o laudo do IML for emitido.
Procurada, a mãe da enfermeira, Maria Aparecida, não
quis falar. O corpo da moça foi
enterrado anteontem em Ribeirão, onde a família mora.
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