Ribeirão Preto, Quarta-feira, 02 de Dezembro de 2009

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Médico que fez plástica não era especialista

Enfermeira morreu domingo na Santa Casa de São Simão, onde trabalhava, durante cirurgia estética

DA FOLHA RIBEIRÃO

A operação estética que causou a morte da enfermeira Sabrina Machado da Silva, 31, no domingo, na Santa Casa de São Simão, foi conduzida por um médico que não tem especialidade na área de cirurgia plástica. A morte de Silva será apurada pela Polícia Civil e pelo Conselho Regional de Medicina.
Segundo a SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), o médico Marcelo Engracia Garcia, que operou a enfermeira, não está na lista de profissionais ligados ao órgão. A polícia diz que a durante a operação ele estava acompanhado da filha Marcela Engracia Garcia.
Ela, por sua vez, aparece no site da SBCP como "aspirante a membro em treinamento", o que significa que a médica está em fase de preparação para atuar como cirurgiã plástica, mas ainda não foi liberada para o pleno exercício. Os dois profissionais não foram localizados para falar sobre o caso.
O secretário e presidente eleito da SBCP, Sebastião Nelson Edy Guerra, disse que, como Marcelo Garcia não integra o órgão, compete ao Conselho Regional de Medicina apurar o que causou a morte de Silva.
Já o delegado superintendente do conselho em Ribeirão Preto, Eduardo Luiz Bin, disse que um pedido de abertura de sindicância foi encaminhado à sede do órgão, em São Paulo. "Só após a abertura da sindicância eu posso começar a coletar dados para apurar o que realmente ocorreu", disse.
Silva trabalhava na Santa Casa de São Simão, onde foi operada. Ocorreram complicações durante a cirurgia e ela teve que ser transferida às pressas para o Hospital São Paulo, em Ribeirão Preto. Ela não resistiu a uma intensa hemorragia e morreu na unidade.
De acordo com o diretor clínico do Hospital São Paulo, Omar Feres, a enfermeira chegou ao local "praticamente morta". "Ela já tinha perdido muito sangue e sofrido quatro paradas cardíacas antes de chegar aqui", disse Feres.
O inquérito instaurado pela Polícia Civil tem prazo de 30 dias para ser concluído. A direção da Santa Casa de São Simão deve se manifestar só depois que o laudo do IML for emitido.
Procurada, a mãe da enfermeira, Maria Aparecida, não quis falar. O corpo da moça foi enterrado anteontem em Ribeirão, onde a família mora.


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