Prefeitos de São Carlos e Araraquara estudam tamanho e local de reduções

A apreensão deve-se à crise global, que pode derrubar arrecadação e poder de investimento da maioria das cidades

GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Os prefeitos de Araraquara, Marcelo Barbieri (PMDB), e de São Carlos, Oswaldo Barba (PT), iniciaram os mandatos com uma preocupação em comum: os cortes de gastos que farão por conta da crise global.
Barba passou o dia de ontem em reuniões com secretários discutindo como e onde cortar gastos. "Pretendemos cortar em despesas como energia e telefonia", disse o petista, que ainda não definiu qual será o percentual do aperto que vai promover na administração.
Paradoxalmente, o prefeito também discutiu uma medida que deve elevar os gastos da administração: o preenchimento de novos cargos num "pacotão" de reforma administrativa aprovado em dezembro pela Câmara, em que seu antecessor, Newton Lima (PT), criou mais 221 cargos -sendo 78 deles comissionados.
Desde 2006, o crescimento de gastos com funcionalismo foi de 40,9% -foi de R$ 104,9 milhões para R$ 147,9 milhões. Descontada a inflação oficial do período, a alta nesse tipo de despesa foi de 25,4%. Foi o maior aumento entre as quatro maiores cidades da região.
Em Araraquara, Barbieri aproveitou para tomar nota do gasto da folha de pagamento -R$ 140 milhões por ano, sem contar o 13º- e para visitar postos de saúde. Ele disse que as despesas com folha estão dentro do previsto.
O prefeito afirmou que a maior preocupação no momento é realmente com uma eventual queda de receita por causa da crise, que deve provocar necessidade de cortes.
Barbieri, porém, afirmou que ainda não sabe qual será o tamanho do corte a ser feito nos gastos públicos. "É bem provável que tenhamos de fazer uma revisão da receita, mas o secretário da Fazenda [Álvaro Martim Guedes] vai fazer uma análise disso na segunda-feira."
Sobre a venda da dívida a um banco privado, proposta do ex-prefeito Edinho Silva (PT), ele disse que é favorável, mas que vai discutir a ideia.


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