Ribeirão Preto, Terça-feira, 03 de Fevereiro de 2009

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PM derruba 3 barracos e desfaz invasão

Liminar de reintegração de posse foi cumprida na manhã de ontem, em Ribeirão; sem-teto protestaram na prefeitura

Invasores foram até a sede da prefeitura cobrar que o governo resolva o caso; a ação contou com a participação de 120 PMs

LUIZA PELLICANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Cerca de 150 pessoas foram retiradas ontem pela Polícia Militar de uma área invadida no Jardim Santa Rita, em Ribeirão Preto. Três barracos foram demolidos antes que as 40 famílias deixassem o local. A ação contou com aproximadamente 120 policiais militares e 40 guardas-civis municipais.
Depois da reintegração, cerca de 20 famílias se mudaram para uma área ao lado da invasão, que também pertence à prefeitura, carregando os barracos nos braços. "Se eles estão mudando de terreno, cabe ao dono do local invadido entrar com uma ação judicial. E, assim que sair a liminar, eles serão novamente retirados", afirmou a tenente da PM Lilian Cristina Caporal Nery.
Os invasores que deixaram a terra foram à tarde para a prefeitura tentar falar com a prefeita Dárcy Vera (DEM), que, no entanto, está hospitalizada em função de uma gastrite (leia texto nesta página).
A demolição dos barracos ocorreu porque alguns relutavam em deixar a área, de 1.200 metros quadrados. Quando a PM chegou, os representantes do grupo de sem-teto haviam negociado com o oficial de Justiça para que os invasores saíssem sozinhos. Porém, diante da demora, os tratores derrubaram três barracos, às 11h10.
Após a demolição, os representantes voltaram a negociar e conseguiram que as famílias continuassem desmontando os seus barracos. "Eles queriam que fôssemos para a Cetrem [Central de Triagem e Encaminhamento de Migrantes], mas lá não dá para ficar. Queremos um espaço para construirmos nossas casas", afirmou Sérgio Igor Coronado, 28, um dos líderes da invasão.
Os sem-teto reclamaram do número de oficiais que participaram da ação. "Não somos bandidos. Fazer isso com a gente é fácil, difícil é ser a gente", disse Silvano Aparecido Martins, 34, um dos invasores.
Carlos Alencar Nascimento, 30, porteiro e um dos líderes dos sem-teto, disse que as famílias não tinham onde deixar as crianças após a desocupação. "Os adultos conseguem passar a noite em qualquer local. As crianças, não. Queremos saber o que será feito com a gente, vamos conversar na prefeitura", afirmou ele.


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