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PM derruba 3 barracos e desfaz invasão
Liminar de reintegração de posse foi cumprida na manhã de ontem, em Ribeirão; sem-teto protestaram na prefeitura
Invasores foram até a sede da prefeitura cobrar que o governo resolva o caso;
a ação contou com a participação de 120 PMs
LUIZA PELLICANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Cerca de 150 pessoas foram
retiradas ontem pela Polícia
Militar de uma área invadida
no Jardim Santa Rita, em Ribeirão Preto. Três barracos foram demolidos antes que as 40
famílias deixassem o local. A
ação contou com aproximadamente 120 policiais militares e
40 guardas-civis municipais.
Depois da reintegração, cerca
de 20 famílias se mudaram para uma área ao lado da invasão,
que também pertence à prefeitura, carregando os barracos
nos braços. "Se eles estão mudando de terreno, cabe ao dono
do local invadido entrar com
uma ação judicial. E, assim que
sair a liminar, eles serão novamente retirados", afirmou a tenente da PM Lilian Cristina
Caporal Nery.
Os invasores que deixaram a
terra foram à tarde para a prefeitura tentar falar com a prefeita Dárcy Vera (DEM), que,
no entanto, está hospitalizada
em função de uma gastrite (leia
texto nesta página).
A demolição dos barracos
ocorreu porque alguns relutavam em deixar a área, de 1.200
metros quadrados. Quando a
PM chegou, os representantes
do grupo de sem-teto haviam
negociado com o oficial de Justiça para que os invasores saíssem sozinhos. Porém, diante da
demora, os tratores derrubaram três barracos, às 11h10.
Após a demolição, os representantes voltaram a negociar e
conseguiram que as famílias
continuassem desmontando os
seus barracos. "Eles queriam
que fôssemos para a Cetrem
[Central de Triagem e Encaminhamento de Migrantes], mas
lá não dá para ficar. Queremos
um espaço para construirmos
nossas casas", afirmou Sérgio
Igor Coronado, 28, um dos líderes da invasão.
Os sem-teto reclamaram do
número de oficiais que participaram da ação. "Não somos
bandidos. Fazer isso com a gente é fácil, difícil é ser a gente",
disse Silvano Aparecido Martins, 34, um dos invasores.
Carlos Alencar Nascimento,
30, porteiro e um dos líderes
dos sem-teto, disse que as famílias não tinham onde deixar as
crianças após a desocupação.
"Os adultos conseguem passar
a noite em qualquer local. As
crianças, não. Queremos saber
o que será feito com a gente, vamos conversar na prefeitura",
afirmou ele.
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