Ribeirão Preto, Sexta-feira, 03 de Abril de 2009

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Total de favelados em Ribeirão cresce 17%

Em 3 anos, população desses núcleos irregulares passou de 18 mil para 21 mil, segundo estimativa de comissão da prefeitura

Levantamento inclui a criação de mais uma favela na cidade, a 34ª; de novo, plano da administração é "congelar" as favelas

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

A população de moradores em favelas de Ribeirão Preto cresceu 17% desde fevereiro de 2006, data do último levantamento feito pela prefeitura, segundo estimativa feita por integrantes da comissão criada pela prefeita Dárcy Vera (DEM) para debater o assunto.
A comissão estima que atualmente pelo menos 21 mil pessoas morem em favelas contra as 18 mil de 2006. Se comparado com 2003, quando 10.800 viviam nessas condições, o número quase dobrou.
O número de favelas também subiu. Em 2006, eram 33 favelas de pequeno, médio e grande porte. Atualmente, são 34 -a prefeitura não informa onde fica o novo núcleo.
Gilberto Abreu (PV), vereador que presidiu a comissão responsável pelo levantamento de 2006, disse que não contou, à época, a favela de Santa Tereza, que ainda era "embrionária". Hoje, ela estaria na conta das autoridades.
As secretarias do Planejamento e Gestão Pública, Assistência Social e a Cohab (Companhia Habitacional Regional) dizem não ter um levantamento oficial dos favelados.
Símbolo do "inchaço" das favelas, o núcleo do Aeroporto, que já tem projeto de reurbanização, passou de 720 para cerca de 1.100 pessoas no período.
"É o que chamamos de crescimento vegetativo. Considero natural o número de 3.000 pessoas em três anos, mas nos atrapalha muito", disse o juiz João Gandini, idealizador do projeto Moradia Legal.
Como a administração anterior, a atual fala que é prioridade vigiar os núcleos já existentes para evitar que sejam levantados novos barracos. Ou seja, a ideia é "congelar" o total de favelados na cidade.
"Hoje o nosso maior problema é o crescimento desses núcleos. Basta uma notícia de ação da prefeitura para que novos moradores encham os locais. Isso não pode acontecer", disse o presidente da Cohab e integrante da comissão, Rodrigo Iglesias Arenas.
O promotor da Habitação, Antônio Alberto Machado, que diz ter observado empiricamente o crescimento das favelas, considera legítima a procura das famílias por áreas que serão reurbanizadas.
"Vi o aumento da população nesses locais e acho legítima a procura de quem quer uma casa, assim como acho correta a atitude da prefeitura de tentar conter".

Alphaville
A construtora Copema, que desde 2005 negocia a construção de um condomínio da rede Alphaville no distrito de Bonfim Paulista, já propôs reurbanizar, com verba própria, a vizinha favela Faiane, que tem 150 moradores.
A direção da empresa se reuniu com a Cohab ontem, mas, segundo Arenas, o assunto não entrou na pauta. José Renato Magdalena, dono da Copema, foi procurado durante todo o dia, mas não ligou de volta.


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