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Total de favelados em Ribeirão cresce 17%
Em 3 anos, população desses núcleos irregulares passou de 18 mil para 21 mil, segundo estimativa de comissão da prefeitura
Levantamento inclui a criação de mais uma favela na cidade, a 34ª; de novo, plano da administração é "congelar" as favelas
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
A população de moradores
em favelas de Ribeirão Preto
cresceu 17% desde fevereiro de
2006, data do último levantamento feito pela prefeitura, segundo estimativa feita por integrantes da comissão criada pela
prefeita Dárcy Vera (DEM) para debater o assunto.
A comissão estima que atualmente pelo menos 21 mil pessoas morem em favelas contra
as 18 mil de 2006. Se comparado com 2003, quando 10.800
viviam nessas condições, o número quase dobrou.
O número de favelas também
subiu. Em 2006, eram 33 favelas de pequeno, médio e grande
porte. Atualmente, são 34 -a
prefeitura não informa onde fica o novo núcleo.
Gilberto Abreu (PV), vereador que presidiu a comissão
responsável pelo levantamento
de 2006, disse que não contou,
à época, a favela de Santa Tereza, que ainda era "embrionária". Hoje, ela estaria na conta
das autoridades.
As secretarias do Planejamento e Gestão Pública, Assistência Social e a Cohab (Companhia Habitacional Regional)
dizem não ter um levantamento oficial dos favelados.
Símbolo do "inchaço" das favelas, o núcleo do Aeroporto,
que já tem projeto de reurbanização, passou de 720 para cerca
de 1.100 pessoas no período.
"É o que chamamos de crescimento vegetativo. Considero
natural o número de 3.000 pessoas em três anos, mas nos
atrapalha muito", disse o juiz
João Gandini, idealizador do
projeto Moradia Legal.
Como a administração anterior, a atual fala que é prioridade vigiar os núcleos já existentes para evitar que sejam levantados novos barracos. Ou seja, a
ideia é "congelar" o total de favelados na cidade.
"Hoje o nosso maior problema é o crescimento desses núcleos. Basta uma notícia de
ação da prefeitura para que novos moradores encham os locais. Isso não pode acontecer",
disse o presidente da Cohab e
integrante da comissão, Rodrigo Iglesias Arenas.
O promotor da Habitação,
Antônio Alberto Machado, que
diz ter observado empiricamente o crescimento das favelas, considera legítima a procura das famílias por áreas que serão reurbanizadas.
"Vi o aumento da população
nesses locais e acho legítima a
procura de quem quer uma casa, assim como acho correta a
atitude da prefeitura de tentar
conter".
Alphaville
A construtora Copema, que
desde 2005 negocia a construção de um condomínio da rede
Alphaville no distrito de Bonfim Paulista, já propôs reurbanizar, com verba própria, a vizinha favela Faiane, que tem 150
moradores.
A direção da empresa se reuniu com a Cohab ontem, mas,
segundo Arenas, o assunto não
entrou na pauta. José Renato
Magdalena, dono da Copema,
foi procurado durante todo o
dia, mas não ligou de volta.
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