Ribeirão Preto, Sexta-feira, 03 de Abril de 2009

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Crescimento de favela no Jd. Itaú põe em risco área verde na zona leste de Ribeirão

DA FOLHA RIBEIRÃO

A favela do Jardim Itaú, na zona leste de Ribeirão Preto, tem o maior potencial de crescimento entre os 33 núcleos existentes na cidade e sua expansão ameaça uma área verde no entorno.
Em seis anos, a população local passou de 120 (estimativa da prefeitura feita em 2003) para cerca de 200 pessoas, conforme a Folha constatou ontem. O número de barracos cresceu de 36 para aproximadamente 50.
Enquanto a maioria dos núcleos está saturada ou espremida por bairros residenciais, a favela do Itaú é cercada por uma ampla área verde.
"Já notamos a intenção de pessoas de construir barracos na área verde, que é erma, pública e dá a condição de invasão", disse o vereador Gilberto Abreu (PV), que presidiu uma CEE (Comissão Especial de Estudos) criada na Câmara em 1996 para estudar a questão das favelas. A comissão concluiu que existe falta de atenção do poder público em relação ao local.
Ontem, a Folha constatou que um barraco de madeira foi construído além de uma cerca que isola a área verde. Segundo moradores, a Guarda Civil passou pelo local depois da construção.
O vendedor Vinícius Dias Monteiro, 29, gastou as últimas economias para comprar um terreno, em transação irregular, e construir sua casa.
Morador da favela há dez meses, ele diz preferir a casa de alvenaria no Itaú a morar em um conjunto residencial da Cohab (Companhia de Habitação). "Aqui minha casa é grande. Investi R$ 4 mil no terreno e pelo menos R$ 13 mil na casa. Você acha que eu quero mudar?", questionou Monteiro, que não tem rede elétrica legal, asfalto ou sistema de esgoto.
Os moradores mais antigos pensam diferente. Cansados da falta de estrutura, esperam estar incluídos em projetos futuros.
"A prefeitura veio uma vez fazer entrevista, mas não aconteceu nada. Seria ótimo morar em um bairro de verdade", disse o servente Hamilton Pereira Ribeiro, 36, morador do núcleo há dez anos.
A prefeitura não tem planos de desfavelamento para a área. O déficit de Ribeirão é de 16.600 casas.


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