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Quatro vereadores de Barrinha são presos
Eles foram detidos sob a suspeita de receber dinheiro para aprovar a revogação de lei que limita distância entre postos
Denúncia gravada foi feita por proprietário de posto; vereadores negam conhecer pagamento mencionado
em fita e alegam inocência
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Quatro dos nove vereadores
de Barrinha estão presos desde
anteontem. Eles são suspeitos
de receberem dinheiro para
aprovar a revogação de uma lei
municipal que limita a distância dos postos de combustíveis
instalados na cidade.
A prisão temporária de Antonio Kinoshito (PMDB), presidente da Câmara, Saint Clair
Marinho Filho (DEM), Jamel
Jamil Chukr (PP) e Carlos Alexandre Alves Borges (PTB) foi
pedida pela Polícia Civil, que
também deve pedir a prisão
preventiva dos quatro nesta semana. A medida visa evitar que
eles atrapalhem a investigação
ou fujam de Barrinha.
Além da polícia, o Ministério
Público também está investigando a suspeita de corrupção
no Legislativo de Barrinha.
A denúncia que levou à prisão dos vereadores foi feita pelo
dono de posto de combustíveis
Mituo Takahashi, que gravou e
entregou à polícia uma conversa entre ele e Borges.
No diálogo, o vereador diz ao
empresário que o presidente da
Câmara havia recebido um
cheque de R$ 45 mil, valor que
seria repartido com outros
membros da Casa, para mudar
a lei municipal que impede que
postos se instalem a menos de
500 metros um do outro.
O pagamento teria sido feito
por um concorrente de Takahashi, interessado em instalar
um novo negócio próximo ao
seu. Na gravação, Borges sugere
que o empresário prejudicado
pela propina pague R$ 10 mil
para que ele barre a aprovação
da medida na Câmara.
Desde a entrega da fita, na semana passada, a polícia e a Promotoria investigam o caso. Na
noite da última sexta, a prisão
temporária foi decretada.
Kinoshito e Marinho Filho
foram presos em casa, na manhã de sábado. Chukr e Borges
se entregaram à polícia no período da tarde. Todos foram levados para a cadeia de Jaboticabal. Na casa de Chukr foram
apreendidos um revólver, uma
réplica de revólver e um cofre,
que ainda não foi aberto.
A Folha não conseguiu localizar os advogados dos vereadores. Aos policiais, Kinoshito e
Marinho Filho disseram não
ter conhecimento do pagamento mencionado por Borges na
gravação entregue pelo empresário. Os dois outros vereadores também disseram, em depoimento, ser inocentes da
suspeita de corrupção.
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