Ribeirão Preto, Segunda-feira, 03 de Maio de 2010

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Quatro vereadores de Barrinha são presos

Eles foram detidos sob a suspeita de receber dinheiro para aprovar a revogação de lei que limita distância entre postos

Denúncia gravada foi feita por proprietário de posto; vereadores negam conhecer pagamento mencionado em fita e alegam inocência

JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Quatro dos nove vereadores de Barrinha estão presos desde anteontem. Eles são suspeitos de receberem dinheiro para aprovar a revogação de uma lei municipal que limita a distância dos postos de combustíveis instalados na cidade.
A prisão temporária de Antonio Kinoshito (PMDB), presidente da Câmara, Saint Clair Marinho Filho (DEM), Jamel Jamil Chukr (PP) e Carlos Alexandre Alves Borges (PTB) foi pedida pela Polícia Civil, que também deve pedir a prisão preventiva dos quatro nesta semana. A medida visa evitar que eles atrapalhem a investigação ou fujam de Barrinha.
Além da polícia, o Ministério Público também está investigando a suspeita de corrupção no Legislativo de Barrinha.
A denúncia que levou à prisão dos vereadores foi feita pelo dono de posto de combustíveis Mituo Takahashi, que gravou e entregou à polícia uma conversa entre ele e Borges.
No diálogo, o vereador diz ao empresário que o presidente da Câmara havia recebido um cheque de R$ 45 mil, valor que seria repartido com outros membros da Casa, para mudar a lei municipal que impede que postos se instalem a menos de 500 metros um do outro.
O pagamento teria sido feito por um concorrente de Takahashi, interessado em instalar um novo negócio próximo ao seu. Na gravação, Borges sugere que o empresário prejudicado pela propina pague R$ 10 mil para que ele barre a aprovação da medida na Câmara.
Desde a entrega da fita, na semana passada, a polícia e a Promotoria investigam o caso. Na noite da última sexta, a prisão temporária foi decretada.
Kinoshito e Marinho Filho foram presos em casa, na manhã de sábado. Chukr e Borges se entregaram à polícia no período da tarde. Todos foram levados para a cadeia de Jaboticabal. Na casa de Chukr foram apreendidos um revólver, uma réplica de revólver e um cofre, que ainda não foi aberto.
A Folha não conseguiu localizar os advogados dos vereadores. Aos policiais, Kinoshito e Marinho Filho disseram não ter conhecimento do pagamento mencionado por Borges na gravação entregue pelo empresário. Os dois outros vereadores também disseram, em depoimento, ser inocentes da suspeita de corrupção.


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