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Poupança capta R$ 16,7 mi em Ribeirão
Volume em maio é recorde no ano e suficiente para comprar 700 carros populares; no acumulado, depósitos somam R$ 1,44 bi
Para especialistas, o aumento do estoque em poupança é consequência da decisão do Copom de baixar a taxa de juros
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
A reserva de capital em cadernetas de poupança nas
agências bancárias de Ribeirão
Preto cresceu 1,17% entre abril
e maio, a maior alta deste ano.
Em números absolutos, a população de Ribeirão guardou
R$ 16,7 milhões no mês, o suficiente para comprar 700 carros
populares. Entre março e abril,
o crescimento foi de 0,8%, ou
R$ 11,4 milhões, valor que compraria 475 veículos da mesma
faixa de preço.
Os dados fazem parte de levantamento mensal de movimentações financeiras divulgado pelo Banco Central. Apesar
da alta, o volume de depósitos
em maio foi menor do que no
mês anterior, o que indica que o
saldo foi alcançado também
por que os ribeirão-pretanos fizeram menos saques.
Segundo especialistas, o
crescimento do estoque em
poupança é consequência direta da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de
baixar a taxa de juros, que na
última semana chegou a 8,75%.
Para Nelson Rocha Augusto,
economista e presidente do
BRP (Banco Ribeirão Preto), a
atual conjuntura deixa a caderneta de poupança com mais
rentabilidade do que outros
fundos, como DI e renda fixa.
"Até o ano passado, todo
mundo sabia que a caderneta
era uma aplicação fácil, mas
com baixa rentabilidade. A partir de agora, comparativamente, passou a ficar mais atrativa",
afirmou. Ele disse acreditar
que não haja influência direta
da crise econômica.
O professor Milton Barossi,
da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da
USP, vê a baixa dos juros como
principal motivo, mas também
crê em influência da crise.
Para ele, pesa também o fato
de a população saber lidar com
a poupança. "Se veem que o
rendimento é parecido, escolhem o que conhecem."
A doméstica Maria Célia de
Souza, 43, escolheu a poupança
como investimento para armazenar os cerca de R$ 40 que lhe
sobram no fim do mês. "O que
sobra eu coloco na poupança,
porque sei que quando eu precisar vai estar lá", afirmou.
Nas outras maiores cidades
da região também houve crescimento, ainda que tímido.
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