Ribeirão Preto, Segunda-feira, 03 de Agosto de 2009

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Poupança capta R$ 16,7 mi em Ribeirão

Volume em maio é recorde no ano e suficiente para comprar 700 carros populares; no acumulado, depósitos somam R$ 1,44 bi

Para especialistas, o aumento do estoque em poupança é consequência da decisão do Copom de baixar a taxa de juros

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

A reserva de capital em cadernetas de poupança nas agências bancárias de Ribeirão Preto cresceu 1,17% entre abril e maio, a maior alta deste ano. Em números absolutos, a população de Ribeirão guardou R$ 16,7 milhões no mês, o suficiente para comprar 700 carros populares. Entre março e abril, o crescimento foi de 0,8%, ou R$ 11,4 milhões, valor que compraria 475 veículos da mesma faixa de preço.
Os dados fazem parte de levantamento mensal de movimentações financeiras divulgado pelo Banco Central. Apesar da alta, o volume de depósitos em maio foi menor do que no mês anterior, o que indica que o saldo foi alcançado também por que os ribeirão-pretanos fizeram menos saques.
Segundo especialistas, o crescimento do estoque em poupança é consequência direta da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de baixar a taxa de juros, que na última semana chegou a 8,75%.
Para Nelson Rocha Augusto, economista e presidente do BRP (Banco Ribeirão Preto), a atual conjuntura deixa a caderneta de poupança com mais rentabilidade do que outros fundos, como DI e renda fixa.
"Até o ano passado, todo mundo sabia que a caderneta era uma aplicação fácil, mas com baixa rentabilidade. A partir de agora, comparativamente, passou a ficar mais atrativa", afirmou. Ele disse acreditar que não haja influência direta da crise econômica.
O professor Milton Barossi, da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP, vê a baixa dos juros como principal motivo, mas também crê em influência da crise.
Para ele, pesa também o fato de a população saber lidar com a poupança. "Se veem que o rendimento é parecido, escolhem o que conhecem."
A doméstica Maria Célia de Souza, 43, escolheu a poupança como investimento para armazenar os cerca de R$ 40 que lhe sobram no fim do mês. "O que sobra eu coloco na poupança, porque sei que quando eu precisar vai estar lá", afirmou.
Nas outras maiores cidades da região também houve crescimento, ainda que tímido.


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