Ribeirão Preto, Quinta-feira, 03 de Setembro de 2009

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Ribeirão pode perder a regulação médica

Governo paulista estuda centralizar na capital o serviço de encaminhamento de pacientes para internação pelo SUS Central de notificação, captação e distribuição de órgãos para transplante, que funciona no HC, pode ser desativada também

LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Além de ter desativada sua central de regulação e captação de órgãos para transplantes, Ribeirão Preto pode perder, também, a central de regulação médica, responsável pelas internações do SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo a Folha apurou, o Estado estuda duas possibilidades em relação a internações: transformar a regulação médica de Ribeirão em uma central regional, cabendo ao município organizar as internações de cidades como Araraquara, Franca e São Carlos, ou, a mais provável, tirar de Ribeirão a regulação, centralizando o serviço na capital paulista -fato que já ocorreu neste ano com a regulação de Marília.
A regulação é responsável pela organização dos leitos do SUS em Ribeirão. Por exemplo: quando um paciente chega a um posto de saúde, é a regulação que verifica em qual hospital ele poderá ser internado.
A Folha apurou, também, que o Estado estuda, num primeiro momento, fazer com que a regulação de Ribeirão seja feita na capital paulista apenas no período noturno, quando a demanda de pacientes é menor. Ou seja: a princípio, Ribeirão continuará responsável pela regulação durante o dia, mas à noite o serviço será feito em São Paulo, via telefone.
O Estado confirma que "mudanças podem ocorrer", mas despista quais serão elas (leia texto nesta página).
O responsável pela regulação municipal, César Augusto Masella, disse que não foi informado pelo Estado sobre nenhuma mudança no sistema, que já foi alvo de questionamentos do Ministério Público Estadual após problemas de falta de leitos. A Promotoria sugeriu que as regulações do Estado e do município sejam unificadas -a medida vem sendo discutida.

Transplante
Ribeirão corre o risco também de perder sua CNCDO (Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgão), a única do interior. O coordenador do centro, Silvio Tucci Júnior, disse que já agendou reunião com o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, para discutir o assunto. No entanto, evitou falar sobre a possível centralização do serviço na capital.
Para o coordenador do programa de transplante de fígado, Orlando de Castro e Silva, isso prejudicará os pacientes da região. "Com a desativação da central de Ribeirão, as filas serão unificadas. E não dá para competir com São Paulo: é uma luta de Davi contra Golias", disse. Na fila da capital, 2.735 esperam um fígado e na do interior, 877.


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