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Ribeirão pode perder a regulação médica
Governo paulista estuda centralizar na capital o serviço de encaminhamento de pacientes para internação pelo SUS
Central de notificação, captação e distribuição de órgãos para transplante, que funciona no HC, pode ser desativada também
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Além de ter desativada sua
central de regulação e captação
de órgãos para transplantes,
Ribeirão Preto pode perder,
também, a central de regulação
médica, responsável pelas internações do SUS (Sistema
Único de Saúde).
Segundo a Folha apurou, o
Estado estuda duas possibilidades em relação a internações: transformar a regulação
médica de Ribeirão em uma
central regional, cabendo ao
município organizar as internações de cidades como Araraquara, Franca e São Carlos, ou,
a mais provável, tirar de Ribeirão a regulação, centralizando
o serviço na capital paulista
-fato que já ocorreu neste ano
com a regulação de Marília.
A regulação é responsável
pela organização dos leitos do
SUS em Ribeirão. Por exemplo:
quando um paciente chega a
um posto de saúde, é a regulação que verifica em qual hospital ele poderá ser internado.
A Folha apurou, também,
que o Estado estuda, num primeiro momento, fazer com que
a regulação de Ribeirão seja feita na capital paulista apenas no
período noturno, quando a demanda de pacientes é menor.
Ou seja: a princípio, Ribeirão
continuará responsável pela
regulação durante o dia, mas à
noite o serviço será feito em
São Paulo, via telefone.
O Estado confirma que "mudanças podem ocorrer", mas
despista quais serão elas (leia
texto nesta página).
O responsável pela regulação
municipal, César Augusto Masella, disse que não foi informado pelo Estado sobre nenhuma
mudança no sistema, que já foi
alvo de questionamentos do
Ministério Público Estadual
após problemas de falta de leitos. A Promotoria sugeriu que
as regulações do Estado e do
município sejam unificadas -a
medida vem sendo discutida.
Transplante
Ribeirão corre o risco também de perder sua CNCDO
(Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgão), a
única do interior. O coordenador do centro, Silvio Tucci Júnior, disse que já agendou reunião com o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, para discutir o assunto. No entanto, evitou falar
sobre a possível centralização
do serviço na capital.
Para o coordenador do programa de transplante de fígado,
Orlando de Castro e Silva, isso
prejudicará os pacientes da região. "Com a desativação da
central de Ribeirão, as filas serão unificadas. E não dá para
competir com São Paulo: é uma
luta de Davi contra Golias", disse. Na fila da capital, 2.735 esperam um fígado e na do interior, 877.
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