Empresários se reúnem hoje em Brasília para discutir concorrência chinesa

JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO

A indústria calçadista de Franca encerrou os sete primeiros meses do ano acumulando queda de 34,4% nas vendas de pares de sapatos para o exterior, em comparação com o mesmo período de 2008.
Além da queda no volume de sapatos vendidos, o faturamento caiu 39,05% e o preço médio teve redução de 9,2%.
O fraco momento econômico externo para as vendas de calçados coincide com um movimento do setor para combater a inundação de calçados chineses no mercado interno. Os fabricantes de calçados brasileiros movem um processo antidumping contra seus similares chineses, de quem alegam sofrer concorrência desleal.
Em Brasília, na manhã de hoje, uma audiência pública no Ministério do Desenvolvimento discute o processo de antidumping. De Franca, estarão o presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), José Carlos Brigagão do Couto, o prefeito, Sidnei Franco da Rocha (PSDB), e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados e vereador, Paulo Afonso Ribeiro (PT).
Segundo Brigagão, a proteção ao mercado interno é necessária para a sobrevivência do setor. Com a queda de consumo devido à crise internacional e problemas para vender para grandes compradores como Argentina e Venezuela, ele disse que as exportações estão comprometidas e que o mercado interno é que está segurando o setor.
O problema nos embarques deve se agravar ainda mais com a valorização do câmbio, que torna os calçados brasileiros menos competitivos no exterior, de acordo com Brigagão.
Para Ribeiro, se não houver uma intervenção do governo, "dificilmente o setor irá sobreviver". E, nessa batalha pela sobrevivência, quem arca com o ônus de manter a competitividade da indústria nacional são os trabalhadores, na avaliação do sindicalista.
Na audiência, também estarão presentes setores contrário à taxação da entrada dos calçados chineses no Brasil. São, em sua maioria, representantes de multinacionais do setor.


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