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SAÚDE
Projeto prevê realização de laqueadura e vasectomia na rede municipal
Vereadores de São Carlos
aprovam a esterilização
da enviada especial a São Carlos
A Câmara de São Carlos (101 km
de Ribeirão) aprovou anteontem
projeto que prevê a realização de
vasectomia (cirurgia utilizada para a esterilização do homem) e laqueadura (no caso da mulher) pela rede municipal de saúde.
O projeto foi apresentado pela
vereadora Julieta Lui (PT) e aprovado pela Câmara por 11 votos a 7.
Pelo projeto, as cirurgias só poderão ser feitas quando o homem
ou a mulher tiver mais de 30 anos e
três filhos. Ainda de acordo com o
projeto, para que a cirurgia seja
feita, será necessário relatório sobre as condições de saúde do paciente assinado por dois médicos.
De acordo com a vereadora, o
projeto tem o objetivo de facilitar
o planejamento familiar de pessoas de baixa renda. "Há pessoas
que não têm condições de procurar uma clínica particular e não
podem usar outro método de contracepção", afirmou.
Ela, no entanto, disse não ter levantamento do número de pessoas a serem beneficiadas pela lei.
De acordo com ela, a rede de
saúde já está autorizada a realizar
as duas cirurgias, o que ainda não
começou a ser feito na cidade.
Já a vereadora Diana Cury
(PMDB) afirmou que votou contra o projeto "por causa de seus
princípios religiosos e morais".
"A generalização dessa cirurgia
impede a vida. O homem e a mulher não podem decidir a própria
vida abrindo mão da vontade de
Deus", disse a peemedebista.
Segundo Diana, com a fixação
da idade mínima e o número de
filhos como condições para que a
cirurgia seja realizada, pode haver
exageros. "Uma mulher de 30
anos ainda é considerada jovem."
Com a aprovação, a lei será enviada ao prefeito Dagnone de Melo (PFL) para ser sancionado ou
vetado. O projeto prevê a regulamentação pelo prefeito em 45 dias,
depois de sancionado.
O secretário das Finanças de São
Carlos, Márcio Rossit, disse que a
prefeitura deverá analisar o impacto que a implantação da medida provocaria sobre os recursos
destinados à saúde municipal.
De acordo com ele, projetos dessa natureza deveriam ser regulamentados pelo Ministério da Saúde e não pelo município.
Em Ribeirão Preto, projeto que
implanta laqueadura e vasectomia
na rede municipal foi aprovado
pela Câmara no início deste ano e
sancionado pelo prefeito Luiz Roberto Jábali (PSDB) em junho.
Personagem
A dona-de-casa Cláudia Rogéria
Antonelli, 29, disse que aguarda a
implantação da medida nas unidades básicas de São Carlos para se
submeter a uma laqueadura.
Com três filhos, Cláudia disse
que engravidou de gêmeos há quase dois anos, enquanto tomava anticoncepcional. "Levei até um
susto quando fiquei sabendo que
estava grávida", disse ela.
Com o marido desempregado,
Cláudia disse que chegou a procurar uma clínica para fazer a esterilização assim que os gêmeos nasceram, há sete meses. "Chegaram
a me pedir R$ 1.300 pela operação
e não pude pagar", disse ela.
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