Ribeirão Preto, Quinta, 3 de setembro de 1998

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Garotos são acusados de matar jovem da Febem

free-lance para a Folha

O setor de homicídios da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) prendeu anteontem dois jovens acusados de matar o interno da Febem (Fundação Estadual do Bem Estar do Menor) Diogo Barbosa, 16, na semana passada.
Segundo a polícia, A.A.B., 14, e P.F.S., 17, confessaram o crime e entregaram à polícia a arma utilizada para matar Barbosa -uma pistola automática calibre 380.
A dupla foi presa no bairro Avelino Palma, região norte da cidade, segundo a polícia. "Primeiro prendemos P.F.S. e, à noite, prendemos A.A.B. próximo a sua casa", disse ontem o delegado do setor de homicídios da DIG, Samuel Antonio Zanferdini.
Barbosa foi morto com um tiro na cabeça quando estava sendo transportado em uma perua Kombi para prestar depoimento na Vara da Infância e da Juventude, no Fórum de Ribeirão Preto.
O tiro, que atravessou a cabeça do garoto, também atingiu de raspão as costas do monitor da unidade André Luiz de Paula Borges.
A.A.B. confessou à polícia que foi ele o autor do disparo que atingiu Barbosa na cabeça. "Apesar de ele ter confessado a autoria, o tempo de internação na Febem será o mesmo para os dois", afirmou o delegado da DIG de Ribeirão.
Os acusados também disseram à polícia que mataram Barbosa pensando se tratar de outro adolescente, também internado na Febem, mas que, no momento do crime, não estava na perua.
"Eles pensavam que o menino que queriam matar estivesse na Kombi", disse o delegado.
A polícia não quis divulgar o nome do garoto que seria o pivô da história, mas afirmou que, segundo os adolescentes, ele seria morto porque teria discutido com os acusados antes de ser internado.
Os dois adolescentes presos já tinham várias passagens pela polícia por terem cometido roubo, furtos e tráfico de entorpecentes, sendo que P.F.S. havia saído da Febem dois dias antes do crime.
A polícia encontrou na casa de A.A.B. diversas munições de armas calibre 38 e 45 e dois papelotes de cocaína. "Ele é viciado em drogas e já tem passagens pela polícia", disse Zanferdini.
Eles estão presos na DIG, mas devem ser transferidos e internados na Febem de São Paulo. A polícia não permitiu que eles concedessem entrevistas.



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