Ribeirão Preto, Segunda-feira, 03 de Novembro de 2008

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Franca prevê 10 mil novas vagas na indústria

Setor prevê expansão de 2009 a 2013 ancorado numa série de medidas a serem tomadas pelos empresários e o governo

Fábricas de sapatos, que têm 28.511 funcionários, baterão recorde histórico, de agosto de 1986, se o planejamento der certo

Silva Junior/ Folha Imagem
Funcionários trabalham na linha de produção da Opananken, em Franca; setor prevê contratações

MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Se depois da tempestade vem a bonança, os dias de perturbação no pólo calçadista de Franca podem estar perto do fim. Ao menos é o que espera o planejamento estratégico do setor, desenvolvido pelo Sindifranca (Sindicato da Indústria Calçadista de Franca), que prevê a geração de 10 mil vagas de trabalho nos próximos cinco anos nas fábricas do município.
Entre 2009 e 2013, o setor prevê a expansão ancorado numa série de medidas a serem tomadas pelos empresários e pelos governos do Estado e União. Hoje com 28.511 funcionários nas fábricas, o setor, caso atinja a marca, baterá o recorde de 37.328 trabalhadores, de agosto de 1986.
Entre as medidas estão a realização de uma feira de calçados em Franca, nos moldes da Francal, mas para os consumidores -que poderão sair do local com os produtos, a preços semelhantes ao de atacado-, para estimular o mercado interno, o aumento das missões empresariais no exterior, para incentivar as exportações e rodadas de negócio de pronta-entrega, o que não ocorre hoje.
Além disso, o planejamento prevê que os governos reduzam a carga tributária, como o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), e criem barreiras burocráticas para a importação de calçados asiáticos.
"O ICMS caiu de 18% para 12%, mas queremos que seja de 7%. Queremos que a redução chegue ao lojista, o que não acontece hoje", disse o empresário José Carlos Couto, presidente do Sindifranca.
Os pedidos foram entregues ao ministro Carlos Lupi (Trabalho), que participou de evento anteontem na cidade (leia texto nesta página).
"Desde 2005, temos tido crescimento na empregabilidade, apesar dos problemas. O desafio é criar os 10 mil empregos em cinco anos, mas, se em um ano só conseguimos crescer perto de 8.000, não é impossível crescer 10 mil em cinco", disse Couto.
Para o diretor comercial da Sândalo, Téti Brigagão, se uma parte das propostas der certo, o setor já se beneficiará. "Aumentamos o quadro de funcionários de 250 para 315, por causa do fim do ano. Mas não há garantia de continuidade. Eles só ficarão se projetos de exportação forem concretizados, o que ainda não sabemos se vai acontecer", afirmou.
Já o empresário Jorge Félix Donadelli, ex-presidente do sindicato, afirmou que o setor está "tentando mudar seu rumo". "O que nós precisamos é vender sapato. A diminuição de impostos é urgente, porque o nosso imposto é muito caro e a importância do setor na cidade é muito grande. Com essa carga tributária, fica muito difícil competir com os mercados internacionais", afirmou.


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