Ribeirão Preto, Quinta-feira, 04 de Junho de 2009

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56 cidades da região não aderem ao Pacto das Águas

Acordo inclui fazer raio-X do uso da água e do saneamento e traçar meta de ações

Resultado deverá ser apresentado em 2012, em fórum; o município que não aderir pode deixar de receber verbas estaduais


JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Cinquenta e seis cidades da região de Ribeirão Preto, de um total de 89 municípios, não aderiram ao Pacto das Águas, proposto pela ONU (Organização das Nações Unidas).
O acordo, formalizado anteontem em Bocaina, propõe que cada cidade, até o final deste ano, faça um diagnóstico do uso da água e da situação do saneamento, identifique fontes de poluição e trace uma meta de ações. Os resultados devem ser apresentados em 2012, no próximo Fórum Mundial da Água, na África do Sul.
Quem não aderir ao pacto não será punido, mas poderá deixar de obter recursos ou ser preterido em programas estaduais como o Fehidro e o Água Limpa, da Sabesp.
"Os recursos do Estado serão canalizados para auxiliar esse projeto. Se não quiser aderir [o município], ficará fora, deixará de ganhar", disse o secretário estadual do Meio Ambiente, Xico Graziano.
Entre as dez maiores cidades da região, não assinaram o compromisso Franca, São Carlos, Sertãozinho, Matão e Batatais. No total, 227 prefeitos do Estado assinaram o pacto.
Algumas prefeituras que estão fora da lista, entre elas Franca e São Carlos, disseram que vão aderir.
Em São Carlos, um dos desafios é o esgoto, já que 30% do material coletado ainda é despejado diretamente nos rios. Segundo o coordenador do Meio Ambiente, Paulo Mancini, o tratamento deve chegar a 100% até o ano que vem.
O secretário de Serviços e Meio Ambiente de Franca, Ismar Rodrigues Tavares, disse que uma das prioridades da prefeitura é recuperar as matas ciliares na área urbana. O município já está elaborando um levantamento, junto com a Polícia Ambiental, sobre a condição das matas ciliares na zona rural. O estudo deve ser concluído em 60 dias.
Em Ribeirão, o secretário do Meio Ambiente, Joaquim Rezende, disse que apenas 1% do esgoto produzido na cidade não é coletado, por causa de condomínios nobres que usam fossas. Segundo ele, a Justiça está notificando os condomínios para que construam redes.
Para o promotor do Meio Ambiente de Ribeirão, Marcelo Goulart, a principal meta é restringir a ocupação na área de recarga do aquífero Guarani.


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