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Dárcy vai construir centro administrativo via leasing
No contrato de PPP, parceiro da Prefeitura de Ribeirão vai receber aluguel
Depois de um período
predeterminado, imóvel
passa para o patrimônio
da prefeitura; custo da
obra ainda não saiu
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
Com a contratação de uma
PPP (Parceria Público-Privada) para construir um centro
administrativo, a Prefeitura
de Ribeirão deve pagar ao
parceiro uma espécie de "leasing". O espaço abrigará secretarias municipais.
A intenção de fazer uma
parceria com a iniciativa privada para erguer o novo prédio foi declarada pela prefeita Dárcy Vera (DEM) antes
mesmo de a Câmara aprovar
o projeto que autorizou as
PPPs na cidade.
O texto, aprovado na última terça-feira, foi classificado como "o mais importante
da legislatura".
Em geral, PPPs visam diluir investimentos diretos
que o poder público, em tese,
não tem capacidade de realizar de imediato. Esses contratos preveem mecanismos
para a empresa parceira ter
"retorno" do valor investido.
A assessoria da prefeita
afirmou que ainda não há
previsão de quanto vai custar
a obra, apesar de Dárcy ter
publicado em seu Twitter o
seguinte: "Estamos preparando edital da PPP para o
centro administrativo".
De acordo com o secretário
da Administração, Marco Antonio dos Santos, em troca da
construção do espaço, o parceiro privado poderá receber
valores mensais durante um
período que será predeterminado no contrato.
Depois disso, ainda segundo Santos, o imóvel seria incorporado ao patrimônio do
município. "É como um aluguel. A diferença é que no final de um tempo o bem fica
para a prefeitura definitivamente", afirmou.
O prazo de pagamento
também não foi definido ainda, segundo o secretário.
O leasing é mais utilizado
em compra de veículos. É um
sistema que mistura financiamento e aluguel, com opção de compra do veículo no
final do contrato.
A reunião de secretarias
em um único prédio em Ribeirão Preto é uma ideia antiga: vem desde a primeira gestão de Antonio Palocci Filho
(1993-1996).
Para o técnico de gestão de
políticas públicas do Cepam
(Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal) Carlos Leite Corrêa, o
ideal é que a remuneração
não seja muito superior ao
que a prefeitura gasta para
alugar os prédios hoje.
O governo municipal desembolsa aproximadamente
R$ 1,05 milhão por ano com
aluguéis dos imóveis ocupados por secretarias e administrações regionais.
Segundo Corrêa, uma PPP
pode viabilizar grandes investimentos sem impactar
diretamente o orçamento público. A alternativa, no entanto, pode ser danosa.
"Se a empresa contratada
não tiver realmente a capacidade de realizar o serviço
contratado, pode deixar uma
obra inacabada", apontou.
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