Silva Junior/Folhapress

O eleitor Moacir Vanderlei Bocalon Filho durante verificação biométrica de seu polegar em seção eleitoral de Nuporanga

ARARIPE CASTILHO
ENVIADO ESPECIAL A NUPORANGA

A identificação do eleitor pela digital é um avanço tecnológico que contrasta, em Nuporanga, com o perfil do eleitorado. Na cidade, 45,31% dos 4.928 votantes são analfabetos ou têm ensino fundamental incompleto.
O único município do Estado com votação biométrica neste ano não tem edifícios verticais nem de médio porte e, fora prédios como da prefeitura e da Câmara, o único sinal de modernidade são antenas parabólicas.
Eleitores ouvidos pela Folha em Nuporanga disseram acreditar que o novo sistema é melhor por ser "mais rápido". Ignorada por eles, a maior "vantagem" é evitar fraudes, segundo o juiz eleitoral César Antônio Coscrato.
No geral, a novidade não alterou a dinâmica da votação, mas houve casos de falha na leitura de digitais.
"Parece que [o sistema] está muito sensível", disse Lucas Tadeu de Melo, auxiliar do cartório eleitoral.
Para facilitar, mesários ofereciam creme hidratante aos eleitores. "Assim funciona melhor", dizia Anderson Barbosa, presidente da 33ª seção, na escola municipal Antônio Silva Melo.
Funcionou com o aposentado Ademar Garcia, 66, mas ele demorou oito minutos para escolher todos os seis candidatos.
"Desta vez foi mais rápido que na eleição passada. Apanhei um pouco, não sabia direito como fazer", afirmou o aposentado. Nuporanga tem 22 salas de votação em duas escolas.


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