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ENTREVISTA DE DOMINGO
Justiça promete adotar
'linha dura' durante eleição
da Reportagem Local
A Justiça Eleitoral de Ribeirão
Preto deve adotar "linha dura" para coibir propaganda irregular na
cidade durante a votação hoje,
afirmou o promotor eleitoral Djalma Marinho Cunha Filho.
O esquema de fiscalização envolve as Polícias Civil e Militar e plantão de todos os juízes e promotores
eleitorais. De acordo com o promotor, um dos alvos da fiscalização será os pais que levam os filhos
com bandeiras e propaganda de
candidatos com o objetivo de burlar a lei. Assim como a boca-de-urna, esse tipo de propaganda tem
como pena multa e prisão.
Leia a entrevista que Cunha Filho
concedeu à Folha na quinta.
Folha - O que é considerado crime eleitoral por parte do eleitor?
Djalma Marinho Cunha Filho - Qualquer manifestação coletiva
em favor de um candidato é considerado crime no dia da votação.
Já a manifestação individual, silenciosa, no sentido de o cidadão
vestir uma camiseta do candidato,
usar um botom, até no local de
votação é permitido.
Ele pode dirigir-se até o local de
votação com bandeiras, adesivos
em seu carro, mas ingressar no local de votação com bandeira não
pode. Muitos eleitores vão com
seus filhos e, para burlar a lei, os filhos é que vão com a bandeirola.
Folha - E nesse caso, qual o procedimento da Justiça Eleitoral?
Cunha Filho - A responsabilidade
é do pai. O filho pode ir vestido como todo mundo, com camiseta,
com que quiser, mas bandeirolas,
não. Ele será enquadrado no crime
de manifestação para influir na
vontade do eleitor. A pena é a mesma que a do crime de boca-de-urna, que é de multa e prisão.
O local de votação não é só a sala
onde o eleitor vota, mas o prédio.
Folha - A boca-de-urna é proibida
em qualquer lugar da cidade, independente da distância dos locais
de votação?
Cunha Filho - A boca-de-urna é
proibida em qualquer lugar do
país. Mesmo aquela manifestação
individual é vedada quando a pessoa fica abordando eleitores na rua
com "santinhos" ou qualquer forma de propaganda eleitoral. É
proibido abordar o eleitor na rua
de qualquer forma.
Folha - Como será feita a fiscalização sobre a propaganda?
Cunha Filho - Tanto os juízes como os promotores eleitorais vão
estar trabalhando o dia inteiro.
Eles terão sua base nos cartórios
eleitorais e as Polícias Civil e Militar estão orientadas no sentido de
coibir qualquer tipo de manifestação com o objetivo de pressionar
os eleitores.
"É proibido abordar o eleitor na
rua de qualquer
forma no dia do
pleito"
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Folha - A proibição de prisão cinco dias antes da votação e dois
dias depois não contribui para que
haja aumento na criminalidade?
Cunha Filho - Não. Hoje, por
exemplo, só se prende alguém por
crime inafiançável, como roubo,
estelionato, estupro, homicídio.
Nos pequenos delitos, hoje não
há lavratura de flagrantes. Em todo
o período eleitoral, nunca teve aumento na criminalidade porque o
procedimento a ser adotado continua sendo o mesmo.
Folha - No caso dos candidatos
que vão votar e levam seus correligionários, o que é proibido?
Cunha Filho - Os candidatos não
podem fazer abordagens com o intuito de influenciar na vontade do
eleitor. O que já aconteceu em outras comarcas é que o eleitor que
estava na fila fez um pedido para o
candidato, que prometeu que ia fazer. Isso é crime eleitoral. Aliás, os
dois estarão sujeitos a prisão em
flagrante.
Folha - O instituto da reeleição
complicou o processo eleitoral?
Cunha Filho - No processo eleitoral em si não houve complicação.
O uso da propaganda eleitoral é livre para todos os candidatos, independente se disputam a reeleição.
Nós temos casos de candidatos a
deputado que não são candidatos a
reeleição e que participam de inaugurações.
Não há vedação de candidatos à
reeleição de terem o direito de fazer o uso da palavra ou de vender o
seu peixe. Não vejo qualquer problema, seja do ponto de vista legal
ou constitucional, no caso de desigualdade de condições no caso do
Legislativo. No caso do Executivo,
há uma vedação expressa para que
isso não seja feito.
Folha - Como o senhor classifica
o processo neste ano?
Cunha Filho - Eu tenho conhecimento de apenas uma representação por propaganda irregular. A
representação é baseada em reportagem da Folha, referente ao anúncio de asfalto no sábado passado
(dia 26).
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