da Reportagem Local

Dos 89 candidatos a deputado da região, 11 deles já foram prefeitos por até três vezes e ainda reconhecem que podem disputar outras eleições municipais.
Em Ribeirão Preto, a disputa reúne os três últimos ex-prefeitos. O candidato à reeleição como deputado federal Welson Gasparini (PSDB), que administrou a cidade por três mandatos e apoiou o atual prefeito Luiz Roberto Jábali (PSDB), diz que não pretende disputar um quarto mandato.
Gasparini foi antecessor do petista Antônio Palocci Filho, que também disputa uma cadeira na Câmara dos Deputados. Palocci acha muito cedo arriscar sobre uma eventual disputa pelo segundo mandato na prefeitura.
Presidente estadual do partido, Palocci chegou a ser cotado para disputar o governo do Estado.
Já o candidato a deputado estadual João Gilberto Sampaio (PPB) descarta a possibilidade de concorrer à prefeitura, mas acredita que a campanha a deputado tem a vantagem de reafirmar o nome junto ao eleitorado.
"Muitos candidatos acabam entrando numa campanha dessas já pensando na eleição para prefeito", disse o pepebista.
O ex-prefeito de Severínia João Ribeiro (PPS) disse que a candidatura a prefeito no ano 2000 depende da posição do partido.
"Não digo que dessa água não beberei", afirmou, se referindo à possibilidade de disputar novo mandato na prefeitura.
Em Sertãozinho, dois dos quatro candidatos a deputado são ex-prefeitos -Waldyr Trigo (PSDB), candidato a federal, e Antonio Almussa Filho (PPB), que também disputa uma vaga de federal.
Segundo Trigo, a campanha a deputado pode ser considerada uma boa estratégia, já que, se o candidato não for eleito, pode disputar a eleição para a prefeitura, que ocorre daqui a dois anos.
"É uma campanha que ocorre no meio de duas eleições", disse.
Na região, a lista dos 15 candidatos do PT à Assembléia Legislativa de São Paulo também traz dois ex-prefeitos -José Ivo Vannuchi, de São Joaquim da Barra, e José Baccarin, de Jaboticabal.
Em Matão, a disputa a estadual confronta os ex-prefeito Jayme Gimenez (PMDB) e Rui Pinotti (PSDB), que administrou Motuca, próximo a Matão.
A tucana Margarida Nascimento, ex-prefeita de Cajuru, e o petebista José Lancha Filho, de Franca, também fazem parte da lista de ex-prefeitos que estão na disputa por uma vaga de deputado.

Voto distrital
Para evitar a fuga de votos para candidaturas de outras cidades, candidatos da região estão fazendo campanha pelo voto distrital.
O voto distrital não é reconhecido pela legislação eleitoral e é o sistema onde são eleitos os candidatos mais votados de uma região.
Pelo modelo atual, o proporcional, assumem os cargos os candidatos que receberam maior número de votos em todo o Estado.
O cálculo é feito por meio do coeficiente eleitoral, ou seja, divisão do número total de votos da legenda pelo número de cadeiras que estão sendo disputadas.
Segundo Trigo, a campanha pelo voto distrital já se tornou regra de campanha. No entanto, o tucano defende o voto distrital misto porque, segundo ele, se cada cidade votar apenas em candidatos próprios, os deputados vão se transformar em "patrimônio".
"Os deputados também têm a função de trabalhar para outras regiões", disse o candidato.

Divisão
Já de acordo com o segundo vice-presidente nacional do PMDB, Wagner Rossi, a tendência é que as cidades elejam candidatos locais para estadual e federais mais regionalizados. Segundo ele, geralmente os candidatos estruturam suas campanhas para atrair o eleitor a candidaturas locais.
Segundo Ribeiro, as cidades acabam perdendo quase 70% de investimentos que possam existir com recursos do Estado por causa da falta de representatividade política na Assembléia Legislativa e na Câmara dos Deputados.
Em Franca, um showmício reuniu os 12 candidatos a deputados para estimular o eleitor a votar em candidatos da cidade e evitar a fuga de votos para candidaturas "importadas". A Associação Comercial e Industrial de Bebedouro também fez uma campanha na cidade pró-voto distrital.
(CRISTIANE BARÃO)


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