Ribeirão Preto, Sexta-feira, 04 de Novembro de 2011

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Professor diz que verba da educação vai parar no zoo

Docente enviou carta aberta a Dárcy e protocolou denúncia na Promotoria

Segundo ele, vigias são pagos com verba do ensino; prefeitura afirma que há projeto de educação ambiental

Silva Junior/Folhapress
Segurança na portaria do bosque municipal de Ribeirão

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

Verbas da Secretaria da Educação de Ribeirão Preto vêm sendo usadas para bancar despesas sem vínculos com a área de ensino no bosque Fábio Barreto. É o que afirma o professor Luís Lopes, assistente-técnico educacional da própria pasta, em carta aberta destinada à prefeita Dárcy Vera (PSD).
O documento foi enviado à prefeita e aos vereadores de Ribeirão e protocolado, também ontem, no Ministério Público Estadual e no Tribunal de Contas do Estado.
Nomeado assistente-técnico educacional desde o início do governo Dárcy, Lopes diz ter pedido exoneração do cargo por não concordar com os fatos que afirma ter constatado no bosque municipal.
Ele diz não ter motivações políticas, nunca ter disputado cargo eletivo nem ser filiado a legenda partidária. A LDB (Lei de Diretrizes de Base) veta aplicação de recursos próprios do ensino em projetos não educacionais. A prefeitura, por sua vez, afirma que os recursos gastos pela Secretaria da Educação no bosque estão ligados a atividades de educação ambiental.
O bosque Fábio Barreto é ligado à Secretaria do Meio Ambiente. Lá dentro, no entanto, existe a Casa da Ciência Galileu Galilei, esta vinculada à pasta da educação.
Lopes coordenou a casa desde 2009 e afirma que foi nessa função que ele percebeu "situações estranhas" no uso do dinheiro público. Um dos casos, diz, é que os seguranças da empresa privada Albatroz, que faz a vigilância do bosque, são pagos pela Secretaria da Educação.
Há ainda, segundo o professor, estagiários, empresa de consultoria ambiental e obras vinculadas ao zoológico que foram pagos com recursos da área de ensino.

AQUÁRIO
Lopes diz que veio a público agora em razão do projeto de construção de um aquário no bosque, orçado em R$ 950 mil e que também será pago pela Secretaria da Educação. O professor afirma que, enquanto a pasta gasta no zoo, faltam escolas de ensino fundamental, como no complexo Ribeirão Verde, e vagas em creches na cidade.
Ele disse esperar que a Promotoria apure o caso. "Isso tudo é facilmente comprovado por meio de documentos."


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