DA ENVIADA ESPECIAL A ARARAQUARA

Quem anda pelo centro de Araraquara observa que a pesquisa realizada pela CTA reflete bem a realidade. Os carros predominam nas ruas, a maioria transportando apenas o motorista, ladeados por poucas bicicletas e pelos ônibus.
O gerente de operações Altair Ferreira da Rosa, 44, é um dos motoristas "solitários" da cidade. Ele usa o carro para trabalhar todos os dias. Em sua casa, na Vila Ferroviária, onde mora com o pai e o irmão, cada um tem seu próprio carro.
"Não daria para sairmos juntos em um mesmo veículo. Cada um vai para um lado e em horários diferentes", afirmou.
O gerente disse lamentar não poder usar mais a bicicleta, um dos meios de transporte menos utilizados na cidade. Deixa para pedalar apenas nos finais de semana, como lazer.
"Apesar de amar bicicleta, tenho um pouco de medo pela falta de cuidado dos motoristas com os ciclistas. E o clima aqui, muito quente, não é propício para ir ao trabalho pedalando."
Já o ajudante Mauro Sérgio Fernandes, 41, usa bicicleta desde os dez anos. Chegou a comprar uma moto, mas a vendeu. "Só dá gasto e eu gosto mesmo é de pedalar". Ele reclama do trânsito. "Carro não respeita nem ciclista nem moto."
Parada no ponto de ônibus, a auxiliar operacional Fernanda Oliveira, 24, disse que já está acostumada a esperar. Anda de ônibus todos os dias. São 40 minutos e duas conduções. "Está péssimo. Muito atraso, ônibus parado e motorista que não respeita o passageiro."
Na contramão dos motoristas solitários, a família de Neusa Vulcano, 53, segue a orientação dos especialistas. Ela tem um carro que fica parado durante a semana. O marido vai a pé para casa; ela e as duas filhas, de ônibus. "Usamos carro no fim de semana, só para passear, porque gasta muito e só um ia se beneficiar." (JULIANA COISSI)


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