Ribeirão Preto, Terça-feira, 05 de Janeiro de 2010

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Creche nas férias "estreia" com baixa adesão

3 em cada 4 crianças matriculadas não foram às creches ontem; nenhum aluno compareceu em 17 das 36 escolas infantis

Para sindicato, só 2% dos 500 servidores municipais das creches trabalharão em janeiro, conforme havia sido proposto pela prefeitura

Silva Junior/Folha Imagem
O auxiliar de almoxarifado Carlos Eduardo Martins, 27, e o filho Gustavo na creche Deolinda Gasparini

JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO

No primeiro dia de funcionamento em 2010 em Ribeirão Preto das creches nas férias, o número de crianças que compareceram às aulas foi baixo. Três em cada quatro matriculados não foram às creches ontem, segundo a prefeitura.
O esvaziamento foi ainda maior nas salas das Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil), que também estão abertas nas férias. A taxa de presença foi de apenas 0,78% -70 alunos de um universo de 12.027 compareceram.
A mais baixa adesão entre as creches aconteceu na Dr. Roberto Taranto Júnior, onde apenas 12 das 174 crianças compareceram. Já em 17 das 36 escolas infantis do município, nenhum aluno foi à aula.
A abertura das creches e escolas foi determinada em caráter liminar pelo TJ (Tribunal de Justiça), após ação da Defensoria Pública de Ribeirão (leia texto nesta página).
Para Marli da Rocha, diretora da creche Ana Augusta Franca, a tendência é que o comparecimento seja maior no decorrer do mês. Por enquanto, muitas famílias ainda estão em férias ou têm visitas de familiares em casa, que acabam se responsabilizando pelas crianças.
Na creche dirigida por Rocha, 41 crianças das 123 regularmente matriculadas apareceram ontem. O quadro de funcionários foi suficiente para atendê-las, disse ela.
O presidente do sindicato dos servidores municipais, Wagner Rodrigues, estima que apenas 2% dos 500 servidores municipais das creches trabalharão em janeiro, como proposto pela prefeitura.
Para a manutenção dos estabelecimentos abertos, a administração recrutou 152 educadores de creches e 50 professores temporários.
Para Rodrigues, o baixo comparecimento das crianças aliviou a situação da administração municipal, já que os temporários ainda não são suficientes para suprir a ausência dos efetivos em férias.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Prefeitura de Ribeirão Preto informou que o número de funcionários é suficiente e que não cabe a ela fazer uma avaliação sobre o comparecimento dos alunos, mas manter os locais abertos, conforme determinou a Justiça.
Pais que levaram seus filhos ontem à creche pela primeira vez em um mês de janeiro aprovaram a solução.
Para o auxiliar de almoxarifado Carlos Eduardo Marcos Martins, 27, poder levar seu filho Gustavo Marcos Martins, 2, à creche ontem "foi bom demais". "Antes ele ficava na minha irmã, na casa de parentes, dava trabalho para levar até lá."


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