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CRISE CARCERÁRIA
Após presos arrancarem grades, polícia vê fragilidade
Prédio da nova cadeia vai passar por perícia
free-lance para a Folha Ribeirão
A direção da nova cadeia pública de Ribeirão Preto determinou
a realização de perícia técnica na
estrutura do prédio onde estão recolhidos 440 presos.
De acordo com o diretor da cadeia, Marcelo Velludo Garcia de
Lima, a perícia será feita pelo Instituto de Criminalística.
O laudo com o resultado deve
ser divulgado em dez dias. Com
base no documento, a direção vai
definir o que será feito na cadeia.
A solicitação aconteceu depois
que os presos arrancaram as grades com as próprias mãos em
duas rebeliões ocorridas ontem e
anteontem na cadeia.
A polícia suspeita que a estrutura é frágil por causa da facilidade
com que as grades foram retiradas pelos detentos nos tumultos.
Para Lima, porém, a segurança
da cadeia é "relativamente boa".
"Desde sua inauguração, em novembro do ano passado, não registramos nenhuma fuga", disse.
Nos dois motins, pedaços de cimento arrancados das paredes foram usados como arma pelos presos, que atiravam as pedras nos
policiais, informou ontem a Polícia Militar de Ribeirão Preto.
A Divisão de Recursos Materiais da Polícia Civil em São Paulo
está aguardando o relatório com
os prejuízos para definir como será a reforma da cadeia.
Atraso e abandono
A cadeia foi construída pelas
empresas Jakef, que faliu e abandonou a obra na metade, e Coneng, que conclui os trabalhos
com mais de um ano de atraso.
A CPOS (Companhia Paulista
de Obras e Serviços) também
acompanhou a fase final de construção da cadeia.
A Folha tentou falar ontem com
os responsáveis das duas construtoras. Na Jakef, que deu início às
obras, ninguém quis comentar
(leia texto nesta página).
Com investimento de mais de
R$ 2,8 milhões, a nova cadeia fica
na estrada que liga Ribeirão Preto
a Serrana. Ao lado, irá funcionar a
nova penitenciária, que também
está com sua construção atrasada
em mais de um ano.
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