Ribeirão Preto, Sábado, 05 de Fevereiro de 2000


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CRISE CARCERÁRIA
Após presos arrancarem grades, polícia vê fragilidade
Prédio da nova cadeia vai passar por perícia

free-lance para a Folha Ribeirão

A direção da nova cadeia pública de Ribeirão Preto determinou a realização de perícia técnica na estrutura do prédio onde estão recolhidos 440 presos.
De acordo com o diretor da cadeia, Marcelo Velludo Garcia de Lima, a perícia será feita pelo Instituto de Criminalística.
O laudo com o resultado deve ser divulgado em dez dias. Com base no documento, a direção vai definir o que será feito na cadeia.
A solicitação aconteceu depois que os presos arrancaram as grades com as próprias mãos em duas rebeliões ocorridas ontem e anteontem na cadeia.
A polícia suspeita que a estrutura é frágil por causa da facilidade com que as grades foram retiradas pelos detentos nos tumultos.
Para Lima, porém, a segurança da cadeia é "relativamente boa". "Desde sua inauguração, em novembro do ano passado, não registramos nenhuma fuga", disse.
Nos dois motins, pedaços de cimento arrancados das paredes foram usados como arma pelos presos, que atiravam as pedras nos policiais, informou ontem a Polícia Militar de Ribeirão Preto.
A Divisão de Recursos Materiais da Polícia Civil em São Paulo está aguardando o relatório com os prejuízos para definir como será a reforma da cadeia.

Atraso e abandono
A cadeia foi construída pelas empresas Jakef, que faliu e abandonou a obra na metade, e Coneng, que conclui os trabalhos com mais de um ano de atraso.
A CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços) também acompanhou a fase final de construção da cadeia.
A Folha tentou falar ontem com os responsáveis das duas construtoras. Na Jakef, que deu início às obras, ninguém quis comentar (leia texto nesta página).
Com investimento de mais de R$ 2,8 milhões, a nova cadeia fica na estrada que liga Ribeirão Preto a Serrana. Ao lado, irá funcionar a nova penitenciária, que também está com sua construção atrasada em mais de um ano.


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