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ECONOMIA
Rani do Brasil, que vende para grandes montadoras, é obrigada a fechar e deixa 103 sem salários
Empresa é interditada em São Carlos
VÂNIA CARVALHO
da Folha Ribeirão
A metalúrgica Rani do Brasil foi
interditada pela Delegacia Regional do Trabalho. A fábrica, que
empregava 103 pessoas, funcionava havia três anos em São Carlos.
A Rani foi fechada por não cumprir com as obrigações trabalhistas, como recolhimento do FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço), e não oferecer condições
de segurança.
Na fábrica de São Carlos, teriam
ocorrido acidentes de trabalho
que acarretaram na mutilação de
empregados. Um deles teria ficado sem a mão após um acidente,
segundo a delegacia.
Os diretores da empresa foram
procurados pela Folha, mas não
havia ninguém na empresa.
O subdelegado regional do Trabalho, Antônio Valério Morillas
Júnior, diz que, desde março do
ano passado, a empresa vinha sofrendo sanções para que regularizasse a situação.
Morillas afirma que a metalúrgica acumulava multas de R$ 200
mil pelas irregularidades. Segundo ele, as infrações também não
foram pagas pela Rani.
A empresa foi interditada pela
Delegacia do Trabalho no mês
passado. Os advogados da Rani
conseguiram uma liminar que
suspendeu a interdição.
Mas a delegacia obteve a cassação da liminar no final do mês
passado e voltou a fechar a metalúrgica.
O subdelegado afirma que o Ministério Público de Campinas teve
uma reunião com os responsáveis
pela empresa há duas semanas,
mas não conseguiu um acordo.
A Promotoria instalou uma
ação civil pública contra a empresa. A metalúrgica já havia sido advertida pelo órgão.
Morillas diz que a intenção é
conseguir penhorar bens da empresa para garantir a indenização
dos funcionários.
Ele diz que há dois meses os empregados de São Carlos estão em
greve. Os funcionários afirmam
que não receberam o 13º e a remuneração neste período.
O vice-presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos de São Carlos,
Rosalino de Jesus Barros, diz que
a adesão a greve é total.
Além dos 103 funcionários sem
pagamento, a Rani teria demitido
62 empregados que não teriam
recebido direitos trabalhistas, como indenização e FGTS.
Barros diz que 90% da produção da Rani do Brasil era destinada a General Motors. A empresa
também venderia autopeças para
as montadoras Ford, Volkswagen
e Fiat.
O sindicalista afirma que está
investigando se a Rani teria ligação com a metalúrgica Delphus,
de São Caetano do Sul, que teria
fechado há três anos, deixando
200 pessoas sem pagamento.
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