Ribeirão Preto, Domingo, 05 de Março de 2000


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ECONOMIA
Rani do Brasil, que vende para grandes montadoras, é obrigada a fechar e deixa 103 sem salários
Empresa é interditada em São Carlos

VÂNIA CARVALHO
da Folha Ribeirão

A metalúrgica Rani do Brasil foi interditada pela Delegacia Regional do Trabalho. A fábrica, que empregava 103 pessoas, funcionava havia três anos em São Carlos.
A Rani foi fechada por não cumprir com as obrigações trabalhistas, como recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), e não oferecer condições de segurança.
Na fábrica de São Carlos, teriam ocorrido acidentes de trabalho que acarretaram na mutilação de empregados. Um deles teria ficado sem a mão após um acidente, segundo a delegacia.
Os diretores da empresa foram procurados pela Folha, mas não havia ninguém na empresa.
O subdelegado regional do Trabalho, Antônio Valério Morillas Júnior, diz que, desde março do ano passado, a empresa vinha sofrendo sanções para que regularizasse a situação.
Morillas afirma que a metalúrgica acumulava multas de R$ 200 mil pelas irregularidades. Segundo ele, as infrações também não foram pagas pela Rani.
A empresa foi interditada pela Delegacia do Trabalho no mês passado. Os advogados da Rani conseguiram uma liminar que suspendeu a interdição.
Mas a delegacia obteve a cassação da liminar no final do mês passado e voltou a fechar a metalúrgica.
O subdelegado afirma que o Ministério Público de Campinas teve uma reunião com os responsáveis pela empresa há duas semanas, mas não conseguiu um acordo.
A Promotoria instalou uma ação civil pública contra a empresa. A metalúrgica já havia sido advertida pelo órgão.
Morillas diz que a intenção é conseguir penhorar bens da empresa para garantir a indenização dos funcionários.
Ele diz que há dois meses os empregados de São Carlos estão em greve. Os funcionários afirmam que não receberam o 13º e a remuneração neste período.
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, Rosalino de Jesus Barros, diz que a adesão a greve é total.
Além dos 103 funcionários sem pagamento, a Rani teria demitido 62 empregados que não teriam recebido direitos trabalhistas, como indenização e FGTS.
Barros diz que 90% da produção da Rani do Brasil era destinada a General Motors. A empresa também venderia autopeças para as montadoras Ford, Volkswagen e Fiat.
O sindicalista afirma que está investigando se a Rani teria ligação com a metalúrgica Delphus, de São Caetano do Sul, que teria fechado há três anos, deixando 200 pessoas sem pagamento.



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