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Sistema da Transerp permite apagar multas
Segundo atual superintendente da empresa, até o ano passado, era possível eliminar infrações sem qualquer justificativa
Latuf pediu à Coderp um levantamento das multas apagadas manualmente; Ministério Público está investigando o caso
Edson Silva/Folha Imagem
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Marronzinho da Transerp opera radar móvel na Via Norte; em 2008, foram aplicados cerca de 406 multas por dia em Ribeirão Preto
GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Transerp (Empresa de
Trânsito e Transporte Urbano
de Ribeirão Preto S.A) detectou
que o sistema de informática
utilizado na empresa durante a
gestão de Welson Gasparini
(PSDB) permitia apagar manualmente multas de trânsito
sem qualquer justificativa.
A afirmação é do superintendente da empresa, William Latuf. O caso é investigado pelo
Ministério Público Estadual,
que vai apurar se o sistema foi
utilizado para apagar multas de
pessoas ligadas ao governo.
"O sistema permitia baixas
manuais sem controle. Não estou dizendo que havia algo de
errado, mas era vulnerável",
disse Latuf, que pediu à Coderp, responsável pelo processamento das multas, relatório
com as multas apagadas manualmente entre 2005 e 2008.
O levantamento de multas
eliminadas só deve ficar pronto
na semana que vem, de acordo
com a Coderp. Latuf afirmou
que esse levantamento irá
apontar se existe a possibilidade de rastrear quem levou a
multa, assim como o funcionário que a apagou do sistema.
Segundo Latuf, a infração só
pode ser baixada manualmente
em caso de decisões judiciais a
favor do multado. "Mesmo assim, tem de ter o registro de que
foi eliminada por sentença judicial", disse. Nos casos em que
recurso é aceito ou a multa é
paga, a eliminação do sistema é
feita de forma eletrônica.
No mês passado, a direção da
Transerp divulgou que em
2008 o número de multas de
trânsito foi bem maior que o divulgado pela administração anterior. Porém, Latuf disse que a
vulnerabilidade do sistema não
deve ser a responsável pela divergência entre os números
(leia nesta página).
A gestão anterior nega a falha
no sistema (leia nesta página).
Segundo Latuf, o sistema já
foi alterado e não permite mais
baixar as multas sem controle.
"Se for confirmado que foi
usado esse sistema de apagar
multas de amigos ou conhecidos, isso é muito grave", disse o
promotor da Cidadania, Sebastião Sérgio da Silveira, que conduz inquérito sobre as multas
na cidade. O vereador Corauci
Neto (DEM), que presidiu em
2006 uma CPI sobre as multas
aplicadas em Ribeirão, disse
que, na época, a comissão detectou casos de recursos de
multas idênticos que foram
aceitos e outros, recusados.
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