Ribeirão Preto, Sexta-feira, 05 de Março de 2010

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Rede critica líder no ranking de hospitais

Secretários de saúde dizem que HE não atende à demanda dos municípios, pois só recebe quem já tem exame e diagnóstico

Diretor do hospital do SUS mais bem avaliado de São Paulo diz que instituição funciona da forma que foi planejada pelo Estado

Silva Junior/Folha Imagem
Só um paciente e sua acompanhante aguardam atendimento no Hospital Estadual de Ribeirão

DA FOLHA RIBEIRÃO

Eleito pelos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) o melhor hospital de São Paulo, com nota 9,493, o Hospital Estadual de Ribeirão Preto é alvo de críticas de outros setores da rede de saúde pública. A principal delas: o hospital não supre à demanda das prefeituras da região porque só atende pacientes que chegam com exames e diagnósticos prontos.
Inaugurado em 2008, o HE foi construído para aliviar a demanda por atendimentos de média complexidade de pequenas cidades e do Hospital das Clínicas, que, assim, pode se dedicar aos pacientes com problemas mais graves. No HE, raramente o paciente enfrenta fila ou longa espera.
Segundo o secretário da Saúde de Serrana, Luiz Augusto Carvalho, a rotina do hospital exige que o paciente que vai fazer uma cirurgia de porte médio já leve todos os exames. "Mas, a maioria dos municípios não tem condição de providenciar isso."
Para a secretária da Saúde de Ribeirão, Carla Palhares, a oferta de tratamento no HE precisa ser alterada para atender melhor os interesses da região. "A gente quer que eles assumam o que qualquer outro hospital assume: internem o paciente, coloquem-no em condições cirúrgicas, operem e deem alta. Não adianta resolver só metade do problema", afirmou Palhares.
Essa e outras demandas, diz Carvalho, serão levadas à câmara técnica do HE, que começa a funcionar neste mês. O órgão terá representantes da instituição e dos colegiados de saúde da região. Carvalho e Palhares estarão entre eles.
José Paulo Pintya, diretor do Hospital Estadual, afirmou que a instituição funciona da forma que foi planejada pelo governo do Estado. Segundo ele, a maioria dos exames são mesmo de responsabilidade dos municípios, ou seja, o HE não teria que resolver isso.
Pintya afirmou que é mais oneroso para os municípios deslocarem pacientes para fazer os exames em Ribeirão do que realizar o procedimento localmente.
Sobre as futuras discussões na câmara técnica, o diretor disse que elas servirão para que o hospital conheça melhor a demanda das regiões e para que os colegiados entendam melhor o trabalho do hospital.
Ele afirmou que esse tipo de informação, no entanto, já é prestado pela DRS (Diretoria Regional de Saúde). No ano passado, para suprir a demanda por cirurgias na região, o HE realizou 11 mutirões.



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