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Rede critica líder no ranking de hospitais
Secretários de saúde dizem que HE não atende à demanda dos municípios, pois só recebe quem já tem exame e diagnóstico
Diretor do hospital do SUS mais bem avaliado de São Paulo diz que instituição funciona da forma que
foi planejada pelo Estado
Silva Junior/Folha Imagem
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Só um paciente e sua acompanhante aguardam atendimento no Hospital Estadual de Ribeirão
DA FOLHA RIBEIRÃO
Eleito pelos usuários do SUS
(Sistema Único de Saúde) o
melhor hospital de São Paulo,
com nota 9,493, o Hospital Estadual de Ribeirão Preto é alvo
de críticas de outros setores da
rede de saúde pública. A principal delas: o hospital não supre à
demanda das prefeituras da região porque só atende pacientes que chegam com exames e
diagnósticos prontos.
Inaugurado em 2008, o HE
foi construído para aliviar a demanda por atendimentos de
média complexidade de pequenas cidades e do Hospital das
Clínicas, que, assim, pode se
dedicar aos pacientes com problemas mais graves. No HE, raramente o paciente enfrenta fila ou longa espera.
Segundo o secretário da Saúde de Serrana, Luiz Augusto
Carvalho, a rotina do hospital
exige que o paciente que vai fazer uma cirurgia de porte médio já leve todos os exames.
"Mas, a maioria dos municípios
não tem condição de providenciar isso."
Para a secretária da Saúde de
Ribeirão, Carla Palhares, a
oferta de tratamento no HE
precisa ser alterada para atender melhor os interesses da região. "A gente quer que eles assumam o que qualquer outro
hospital assume: internem o
paciente, coloquem-no em
condições cirúrgicas, operem e
deem alta. Não adianta resolver
só metade do problema", afirmou Palhares.
Essa e outras demandas, diz
Carvalho, serão levadas à câmara técnica do HE, que começa a funcionar neste mês. O órgão terá representantes da instituição e dos colegiados de
saúde da região. Carvalho e Palhares estarão entre eles.
José Paulo Pintya, diretor do
Hospital Estadual, afirmou que
a instituição funciona da forma
que foi planejada pelo governo
do Estado. Segundo ele, a maioria dos exames são mesmo de
responsabilidade dos municípios, ou seja, o HE não teria que
resolver isso.
Pintya afirmou que é mais
oneroso para os municípios
deslocarem pacientes para fazer os exames em Ribeirão do
que realizar o procedimento localmente.
Sobre as futuras discussões
na câmara técnica, o diretor
disse que elas servirão para que
o hospital conheça melhor a demanda das regiões e para que os
colegiados entendam melhor o
trabalho do hospital.
Ele afirmou que esse tipo de
informação, no entanto, já é
prestado pela DRS (Diretoria
Regional de Saúde). No ano
passado, para suprir a demanda
por cirurgias na região, o HE
realizou 11 mutirões.
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