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Ribeirão ganha 9 núcleos e 4.750 favelados em 3 anos
Segundo a prefeitura, população das favelas subiu de 18.000 para 22.750
Levantamento visa à definição de critérios
de desfavelamento e urbanização das áreas que foram ocupadas
HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO
Um censo divulgado pela
Prefeitura de Ribeirão Preto
mostra que a cidade tem
atualmente 43 favelas, com
5.688 famílias e cerca de
22.750 moradores. Essa população é maior do que a de
algumas cidades da região,
como por exemplo Brodowski (20.485 habitantes).
Em 2007, ano do último levantamento de favelas divulgado pela prefeitura, havia
cerca de 18 mil moradores em
34 áreas da cidade -públicas
e particulares- ocupadas irregularmente.
O novo levantamento divulgado pela prefeitura foi
feito pela Cohab-RP em parceria com o Ministério Público e tem como objetivo definir critérios de desfavelamento e urbanização de favelas do município.
Os números mostram ainda que, mesmo com o programa de "congelamento" e desfavelamento, novas áreas foram invadidas e mais moradores se instalaram nas favelas que já existiam.
Segundo o juiz da 2ª Vara
da Fazenda de Ribeirão Preto, João Gandini, coordenador do programa Moradia Legal, o levantamento mostra
que ao menos nove áreas novas foram invadidas, todas
em terrenos particulares.
"Nesses casos pouco podemos fazer, já que a responsabilidade é do proprietário
do terreno. O que a prefeitura
pode fazer é comunicar o dono da área e sugerir a reintegração de posse."
Um exemplo das invasões
em áreas particulares é o da
favela Leão Leão, no Jardim
Aeroporto, que foi ocupada
há 16 anos. Atualmente, a
área é foco de negociações
entre os proprietários, moradores da área e prefeitura.
No início deste ano, a antiga favela do Monte Alegre foi
urbanizada e passou a ser
chamada de bairro residencial Nova Monte Alegre. A favela mais antiga da cidade, a
Faiane, localizada no distrito
de Bonfim Paulista há cerca
de 50 anos, também passará
por uma urbanização.
Em março deste ano, a prefeitura assinou o projeto que
vai desabilitar a favela Faiane e construir 44 casas populares para abrigar as famílias
que moram no local. A previsão é de que as obras fiquem
prontas em dois anos.
Agora, a prefeitura busca
urbanizar as outras áreas. No
entanto, segundo o presidente da Cohab-RP, Rodrigo Arenas, famílias que moram em
áreas com riscos de enchentes e de barrancos e de APPs
(Área de Preservação Permanente) devem ser retiradas
dos locais.
"O estudo aponta a necessidade de erradicação total
de alguns núcleos de favelas,
pois são áreas onde não há
possibilidade de urbanização. Estamos consolidando
esse dados e vamos definir
esses locais", disse Arenas.
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