Ribeirão Preto, Domingo, 05 de Junho de 2011

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Estado pode decidir onde desmatar, diz nova secretária

Mônika Bergamaschi, ex-dirigente da Abag-RP, afirma que "São Paulo sabe o que é bom para São Paulo"

Segundo titular da pasta da Agricultura, Código Florestal deve pôr fim à insegurança jurídica no campo


VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

O Estado de São Paulo tem condições de legislar sobre a nova proposta do Código Florestal e decidir onde é possível desmatar para expansão de áreas agricultáveis, afirmou a nova secretária de Estado da Agricultura, Mônika Bergamaschi.
"Sem dúvida [o Estado de São Paulo] tem [condição de legislar e fiscalizar] diante do novo Código Florestal", afirmou na sexta-feira, em entrevista à Folha, após se desligar da Abag-RP (Associação Brasileira do Agronegócio de Ribeirão Preto).
Mônika afirmou que destinar aos Estados a fiscalização ambiental é a melhor opção, pois "a Amazônia sabe o que é melhor para a Amazônia e São Paulo sabe o que é bom para São Paulo".
A nova secretária, que será empossada amanhã pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), acredita que os Estados têm essa autonomia porque são capazes de levar em conta seus históricos de ocupação e suas culturas.
A destinação da fiscalização aos Estados foi duramente criticada pela presidente Dilma Rousseff (PT), que disse acreditar numa mudança do texto em discussão no Senado após aprovação na Câmara, no mês passado.
"Não ouvi dela. Alguém disse que ela disse, mas não ouvi dela", afirmou a nova secretária sobre a declaração da presidente, sem querer entrar em disputa ou tornar-se alvo de mais polêmica sobre a proposta do novo Código Florestal.

REGULARIZAÇÃO
Engenheira agrônoma de formação e aluna do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, Mônika disse que o projeto em discussão não é o ideal, mas é o possível.
"Da forma como está, o projeto consegue resolver a insegurança jurídica dos agropecuaristas brasileiros e trazer de volta os investimentos no campo", afirmou, sem apontar mudanças no texto elaborado pelo relator Aldo Rebelo (PC do B).
A nova secretária da Agricultura defendeu o desmatamento de áreas agricultáveis para que o país contribua com a demanda prevista de alimentos para os próximos anos. "Queremos mais é regularizar a situação e contribuir para isso", disse.

REGIÃO
Mônika afirmou que as principais atividades na região de Ribeirão, enquanto estiver à frente da pasta, serão discutir as áreas de reconversão, o cooperativismo, o investimento em pesquisa e a otimização da expertise dos pesquisadores.
"As áreas de cana não mecanizáveis poderão dar espaço para outras culturas e diversificar a produção agrícola regional", disse. "Além disso, vamos incentivar o pequeno produtor e o cooperativismo como prática de induzir a agricultura local", completou.
A engenheira agrônoma afirmou que as dificuldades do agronegócio paulista são as mesmas registradas no restante do país e pontuou que é preciso mais tecnologia, gerenciamento, sustentabilidade e crédito para aumentar a produção agrícola.
A respeito da produção de etanol, Mônika acredita faltar planejamento estratégico para o setor.


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