Ribeirão Preto, Domingo, 05 de Julho de 2009

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Cresce nº de roubos de carga em Ribeirão

De janeiro a março, foram 16 assaltos dentro da cidade, mais do que em todo o ano passado, quando houve 14 ocorrências

Para especialistas, região serve de passagem para cargas valiosas enviadas por grandes atacadistas para centro consumidor

Silva Junior/ Folha Imagem
Vander de Souza Grinffo em posto na Anhanguera; em 16 anos de profissão, ele já foi assaltado três vezes, uma em área urbana

JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Caminhoneiro há 16 anos, Vander de Souza Grinffo, 39, ostenta no currículo outros números de que não se orgulha tanto. Durante a carreira, ele foi vítima de três roubos de carga, dois deles na rodovia Anhanguera. O terceiro assalto aconteceu quando ele dormia em um posto de combustíveis em Ibitinga, na região de Ribeirão Preto.
Roubos na área urbana, como o sofrido por Grinffo, cresceram significativamente neste ano em Ribeirão, segundo levantamento do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo) feito a pedido da Folha.
Foram 16 casos registrados só nos três primeiros meses deste ano, número que já supera 2008, quando houve 14 roubos. Em 2007, também foram 16 assaltos. Na região, em nenhuma outra cidade -na área urbana- houve esse tipo de crime neste ano, segundo os dados do Setcesp.
Já nas rodovias da região, os roubos de cargas seguiram tendência inversa e apresentam uma queda vertiginosa. No total, foram 78 assaltos em todo o ano passado, contra nove registrados nos três primeiros meses deste ano.
Segundo o assessor de segurança do Setcesp, Paulo Roberto de Souza, é normal que Ribeirão concentre a maior parte dos roubos, já que, como referência para a economia regional, possui intensa movimentação de mercadorias.
Além disso, a cidade serve como ponto de parada para as cargas que circulam entre grandes centros atacadistas de produtos, como as cidades do Triângulo Mineiro e a região Centro-Oeste, e São Paulo -maior mercado consumidor do país.
Apesar de concentrar uma pequena parte dos roubos do Estado -a região registrou aproximadamente 1,3% das ocorrências -, Ribeirão serve de passagem para cargas valiosas. "As cargas são de alto valor agregado. Boa parte dos roubos são acima de R$ 100 mil", afirmou Souza.
As quadrilhas que agem nos roubos de cargas, segundo o titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Ribeirão, José Gonçalves Neto, são especializadas. "Existe uma cadeia. Há aqueles que organizam a ação, os que efetuam, os que tomam conta da carga e os que recebem", disse.
As cargas mais cobiçadas, para o presidente do Sindetrans (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Ribeirão Preto e Região), Wilson Piccolo Soares, são medicamentos, eletroeletrônicos, pneus e artigos têxteis.


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