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Cresce nº de roubos de carga em Ribeirão
De janeiro a março, foram 16 assaltos dentro da cidade, mais do que em todo o ano passado, quando houve 14 ocorrências
Para especialistas, região serve de passagem para cargas valiosas enviadas por grandes atacadistas para centro consumidor
Silva Junior/ Folha Imagem
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Vander de Souza Grinffo em posto na Anhanguera; em 16 anos de profissão, ele já foi assaltado três vezes, uma em área urbana
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Caminhoneiro há 16 anos,
Vander de Souza Grinffo, 39,
ostenta no currículo outros números de que não se orgulha
tanto. Durante a carreira, ele
foi vítima de três roubos de carga, dois deles na rodovia
Anhanguera. O terceiro assalto
aconteceu quando ele dormia
em um posto de combustíveis
em Ibitinga, na região de Ribeirão Preto.
Roubos na área urbana, como o sofrido por Grinffo, cresceram significativamente neste
ano em Ribeirão, segundo levantamento do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo)
feito a pedido da Folha.
Foram 16 casos registrados
só nos três primeiros meses
deste ano, número que já supera 2008, quando houve 14 roubos. Em 2007, também foram
16 assaltos. Na região, em nenhuma outra cidade -na área
urbana- houve esse tipo de
crime neste ano, segundo os
dados do Setcesp.
Já nas rodovias da região, os
roubos de cargas seguiram tendência inversa e apresentam
uma queda vertiginosa. No total, foram 78 assaltos em todo o
ano passado, contra nove registrados nos três primeiros meses deste ano.
Segundo o assessor de segurança do Setcesp, Paulo Roberto de Souza, é normal que Ribeirão concentre a maior parte
dos roubos, já que, como referência para a economia regional, possui intensa movimentação de mercadorias.
Além disso, a cidade serve
como ponto de parada para as
cargas que circulam entre
grandes centros atacadistas de
produtos, como as cidades do
Triângulo Mineiro e a região
Centro-Oeste, e São Paulo
-maior mercado consumidor
do país.
Apesar de concentrar uma
pequena parte dos roubos do
Estado -a região registrou
aproximadamente 1,3% das
ocorrências -, Ribeirão serve
de passagem para cargas valiosas. "As cargas são de alto valor
agregado. Boa parte dos roubos
são acima de R$ 100 mil", afirmou Souza.
As quadrilhas que agem nos
roubos de cargas, segundo o titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Ribeirão, José Gonçalves Neto, são
especializadas. "Existe uma cadeia. Há aqueles que organizam a ação, os que efetuam, os
que tomam conta da carga e os
que recebem", disse.
As cargas mais cobiçadas, para o presidente do Sindetrans
(Sindicato das Empresas de
Transporte de Cargas e Logística de Ribeirão Preto e Região),
Wilson Piccolo Soares, são medicamentos, eletroeletrônicos,
pneus e artigos têxteis.
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