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Venda de carros zero volta a cair na região
Em julho, comércio de automóveis novos apresentou queda de 3,7% na região, depois de bom desempenho em junho
Crise enfrentada pelo setor canavieiro pode explicar a retração nas vendas de carros zero-quilômetro, segundo a Fenabrave
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Após registrar um crescimento de 21,3% em junho, as
vendas de carros novos na região de Ribeirão voltaram a cair
no mês passado. Números da
Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos
Automotores) divulgados ontem mostram que as vendas de
automóveis tiveram queda de
3,7% em Ribeirão, Franca, São
Carlos e Araraquara.
Em julho deste ano, foram
vendidos 2.816 carros novos,
ante os 2.927 comercializados
no mesmo período de 2008.
Nem mesmo as altas nas vendas em São Carlos (8,9%) e
Franca (4,2%) foram suficientes para segurar o índice negativo, já que Ribeirão e Araraquara tiveram recuo de, respectivamente, 7,4% e 7,6%.
Analisando-se as vendas de
julho de todos os tipos de veículos -automóveis, camionetes,
caminhões, ônibus e motos-, a
queda foi ainda maior: 15,18%.
O volume comercializado caiu
de 5.580 para 4.733. Em junho,
em relação a junho de 2008, o
recuo havia sido de 1,5%.
Os números da região de Ribeirão contrastam com o desempenho do país. De acordo
com a Fenabrave, a queda na
venda de automóveis em relação a julho de 2008 foi de
0,24%. Para o presidente da entidade, Sérgio Reze, a crise no
setor sucroalcooleiro pode ser
um dos motivos para o que o interior tenha tido um desempenho mais retraído.
"Uma hipótese é que a região
depende do setor sucroalcooleiro, que acabou sofrendo bastante por causa da crise mundial e isso pode ter refletido nas
vendas de veículos. O açúcar está em boa fase, mas o álcool vive
situação complicada", disse. No
acumulado do ano, a queda nas
vendas de veículos é de 14,2%
na região: em sete meses, foram
vendidos 30.406 veículos nas
quatro maiores cidades da região. No mesmo período de
2008, foram comercializadas
35.475 unidades.
Para concessionárias, o desempenho em julho foi estável
-oscilou pouco, tanto para baixo quanto para cima. No entanto o futuro das vendas de veículos é uma incógnita, já que a redução do IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados) foi
prorrogada até setembro.
"É provável que haja um novo "boom" de vendas em setembro, teoricamente o último mês
com a redução do imposto.
Mas, se o governo prorrogar
novamente [o IPI], todo o cenário muda", disse João Sparvoli,
gerente de vendas da Itacuã,
concessionária Volkswagen.
Segundo Antônio Vicente
Golfeto, diretor do Instituto de
Pesquisas Sociais da ACI-RP
(Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), o
trânsito da cidade está saturado. "Chegará um momento que
as vendas vão cair pela falta de
demanda. A capacidade de veículos está se esgotando."
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