Ribeirão Preto, Quarta-feira, 05 de Agosto de 2009

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Venda de carros zero volta a cair na região

Em julho, comércio de automóveis novos apresentou queda de 3,7% na região, depois de bom desempenho em junho

Crise enfrentada pelo setor canavieiro pode explicar a retração nas vendas de carros zero-quilômetro, segundo a Fenabrave

LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Após registrar um crescimento de 21,3% em junho, as vendas de carros novos na região de Ribeirão voltaram a cair no mês passado. Números da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) divulgados ontem mostram que as vendas de automóveis tiveram queda de 3,7% em Ribeirão, Franca, São Carlos e Araraquara.
Em julho deste ano, foram vendidos 2.816 carros novos, ante os 2.927 comercializados no mesmo período de 2008. Nem mesmo as altas nas vendas em São Carlos (8,9%) e Franca (4,2%) foram suficientes para segurar o índice negativo, já que Ribeirão e Araraquara tiveram recuo de, respectivamente, 7,4% e 7,6%.
Analisando-se as vendas de julho de todos os tipos de veículos -automóveis, camionetes, caminhões, ônibus e motos-, a queda foi ainda maior: 15,18%. O volume comercializado caiu de 5.580 para 4.733. Em junho, em relação a junho de 2008, o recuo havia sido de 1,5%.
Os números da região de Ribeirão contrastam com o desempenho do país. De acordo com a Fenabrave, a queda na venda de automóveis em relação a julho de 2008 foi de 0,24%. Para o presidente da entidade, Sérgio Reze, a crise no setor sucroalcooleiro pode ser um dos motivos para o que o interior tenha tido um desempenho mais retraído.
"Uma hipótese é que a região depende do setor sucroalcooleiro, que acabou sofrendo bastante por causa da crise mundial e isso pode ter refletido nas vendas de veículos. O açúcar está em boa fase, mas o álcool vive situação complicada", disse. No acumulado do ano, a queda nas vendas de veículos é de 14,2% na região: em sete meses, foram vendidos 30.406 veículos nas quatro maiores cidades da região. No mesmo período de 2008, foram comercializadas 35.475 unidades.
Para concessionárias, o desempenho em julho foi estável -oscilou pouco, tanto para baixo quanto para cima. No entanto o futuro das vendas de veículos é uma incógnita, já que a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) foi prorrogada até setembro.
"É provável que haja um novo "boom" de vendas em setembro, teoricamente o último mês com a redução do imposto. Mas, se o governo prorrogar novamente [o IPI], todo o cenário muda", disse João Sparvoli, gerente de vendas da Itacuã, concessionária Volkswagen.
Segundo Antônio Vicente Golfeto, diretor do Instituto de Pesquisas Sociais da ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), o trânsito da cidade está saturado. "Chegará um momento que as vendas vão cair pela falta de demanda. A capacidade de veículos está se esgotando."


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