Ribeirão Preto, Quinta, 5 de agosto de 1999

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ADMINISTRAÇÃO
Funcionários iniciaram paralisação ontem por atraso de 7 meses
Servidor de Dobrada pára por salário

free-lance para a Folha Ribeirão

Os funcionários públicos municipais de Dobrada (77 km de Ribeirão) entraram ontem em greve por tempo indeterminado contra o atraso de até sete meses no pagamento dos salários.
A paralisação pode comprometer a partir de hoje serviços essenciais, como saúde e educação.
O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Claudeci de Assis Pereira, 31, motorista da prefeitura, disse que 98% das atividades do governo, que tem 112 funcionários, estão paradas.
O prefeito de Dobrada, Sídnei Cimatti (PFL), não foi localizado ontem para comentar a greve dos servidores. Ele foi procurado em sua casa e na prefeitura.
Segundo Pereira, há apenas um funcionário no asilo, para atendimento aos idosos, e outros dois na unidade básica de saúde -enfermeiro e motorista.
As monitoras de creche trabalharam ontem, pois, segundo o sindicato, muitas mães ainda não sabiam da paralisação. Para hoje, Pereira disse que todas estarão paradas, assim como os médicos, que também aderiram à paralisação dos funcionários.
Com a paralisação, desde ontem serviços essenciais, como a coleta de lixo, deixaram de ser feitos pelos servidores.
Pereira disse que os funcionários efetivos, contratados em concurso público, estão sem receber salários há cinco meses e os terceirizados, contratados pela prefeitura para serviços esporádicos, não recebem há sete meses.
Segundo Pereira, o prefeito Cimatti alega que a arrecadação do município, de 6.000 habitantes, caiu nesse ano, fato contestado pelo sindicato.
Pereira, que também é vereador pelo PT, disse que a folha de pagamento dos 112 servidores é de cerca de R$ 67 mil, enquanto a prefeitura tem uma arrecadação média de R$ 230 mil.
Os salários são separados por referência -1 a 21. A média salarial, segundo o sindicato, fica entre R$ 300 e R$ 400. Em fevereiro, os servidores já haviam paralisado as atividades por 15 dias.
Na oportunidade, fecharam um acordo com a prefeitura, que acabou não sendo cumprido, segundo Pereira. "Se tiver que ficar mais um ou dois meses parados, nós vamos ficar", afirmou.
Ele disse ainda que há funcionários em situação crítica, sofrendo protestos na Justiça por dívidas que não foram pagas.
Pereira afirmou que se reuniu com Cimatti anteontem, mas o prefeito não teria mostrado disposição em negociar.
Segundo o sindicato, o prefeito tentou um acordo com os funcionários na última terça-feira.



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