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ADMINISTRAÇÃO
Funcionários iniciaram paralisação ontem por atraso de 7 meses
Servidor de Dobrada pára por salário
free-lance para a Folha Ribeirão
Os funcionários públicos municipais de Dobrada (77 km de Ribeirão) entraram ontem em greve
por tempo indeterminado contra
o atraso de até sete meses no pagamento dos salários.
A paralisação pode comprometer a partir de hoje serviços essenciais, como saúde e educação.
O presidente do Sindicato dos
Servidores Municipais, Claudeci
de Assis Pereira, 31, motorista da
prefeitura, disse que 98% das atividades do governo, que tem 112
funcionários, estão paradas.
O prefeito de Dobrada, Sídnei
Cimatti (PFL), não foi localizado
ontem para comentar a greve dos
servidores. Ele foi procurado em
sua casa e na prefeitura.
Segundo Pereira, há apenas um
funcionário no asilo, para atendimento aos idosos, e outros dois na
unidade básica de saúde -enfermeiro e motorista.
As monitoras de creche trabalharam ontem, pois, segundo o
sindicato, muitas mães ainda não
sabiam da paralisação. Para hoje,
Pereira disse que todas estarão
paradas, assim como os médicos,
que também aderiram à paralisação dos funcionários.
Com a paralisação, desde ontem serviços essenciais, como a
coleta de lixo, deixaram de ser feitos pelos servidores.
Pereira disse que os funcionários efetivos, contratados em concurso público, estão sem receber
salários há cinco meses e os terceirizados, contratados pela prefeitura para serviços esporádicos,
não recebem há sete meses.
Segundo Pereira, o prefeito Cimatti alega que a arrecadação do
município, de 6.000 habitantes,
caiu nesse ano, fato contestado
pelo sindicato.
Pereira, que também é vereador
pelo PT, disse que a folha de pagamento dos 112 servidores é de cerca de R$ 67 mil, enquanto a prefeitura tem uma arrecadação média de R$ 230 mil.
Os salários são separados por
referência -1 a 21. A média salarial, segundo o sindicato, fica entre R$ 300 e R$ 400. Em fevereiro,
os servidores já haviam paralisado as atividades por 15 dias.
Na oportunidade, fecharam um
acordo com a prefeitura, que acabou não sendo cumprido, segundo Pereira. "Se tiver que ficar mais
um ou dois meses parados, nós
vamos ficar", afirmou.
Ele disse ainda que há funcionários em situação crítica, sofrendo
protestos na Justiça por dívidas
que não foram pagas.
Pereira afirmou que se reuniu
com Cimatti anteontem, mas o
prefeito não teria mostrado disposição em negociar.
Segundo o sindicato, o prefeito
tentou um acordo com os funcionários na última terça-feira.
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