Ribeirão Preto, Domingo, 05 de Setembro de 2010

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"Exército" dos candidatos supera efetivo da Guarda

Concorrentes de Ribeirão à Assembleia e à Câmara contratam 556 pessoas

Duarte Nogueira (PSDB) e Galeno Amorim (PT) têm os maiores efetivos contratados, com cerca de 90 pessoas

Silva Junior/Folhapress
Placas de candidatos em área pública na av. João Fiúsa

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

No último mês antes do primeiro turno das eleições, os candidatos a deputado estadual e federal de Ribeirão começaram a intensificar as campanhas de rua, para o que chamam de "tiro curto".
Por isso, 18 concorrentes da cidade contrataram pelo menos 556 pessoas para panfletagem, "bateção" (visita às casas para apresentar o candidato e entregar santinho) e agitar bandeiras nas ruas.
Esse "exército" de cabos eleitorais corresponde a mais que o dobro do efetivo da Guarda Civil Municipal, que tem 234 pessoas.
O levantamento foi feito pela Folha com comitês de campanha e candidatos.
As duas maiores equipes são as de Duarte Nogueira (PSDB) e Galeno Amorim (PT). O tucano disputa a reeleição como deputado federal e afirmou ter empregado 90 pessoas para os trabalhos de panfletagem e "mobilização de placas".
O petista, que concorre a uma vaga na Assembleia Legislativa, afirmou ter reunido 96 pessoas, parte delas contratadas em "dobradas" com candidatos a federal.
Quase todos os candidatos ou coordenadores de campanha consultados informaram pagar aos trabalhadores de rua um salário mínimo nacional (R$ 510) ou paulista (R$ 560), transporte até o local da atividade e refeição.
Somente a coordenação de campanha do deputado estadual Rafael Silva (PDT) e o candidato ao mesmo cargo Beto Cangussu (PT) afirmaram pagar um pouco a mais do que o mínimo determinado por lei aos trabalhadores.
De acordo com Ricardo Machado, um dos coordenadores da campanha de Rafael, a candidatura pagará R$ 700 para os aproximadamente 50 cabos contratados, além de R$ 120 de vale-transporte e a refeição.
Cangussu disse que irá pagar cerca de R$ 700 a dez pessoas que começam a trabalhar para ele amanhã.
"Acho desgastante trabalhar de sol a sol para ganhar só um salário mínimo", afirmou o candidato.
É comum que a entrega de materiais de campanha e todos os outros trabalhos de rua sejam feitos principalmente por mulheres, segundo o comitê do estadual Baleia Rossi (PMDB).
A auxiliar de cozinha Jéssica Fernanda Oliveira de Souza, 21, trabalha pela primeira vez em eleições.
Bandeirando no cruzamento das avenidas Nove de Julho e Independência, na última quinta-feira, ela disse: "Não é tão ruim assim. Dá para tirar um dinheiro."
Estão fora dos 556 cabos eleitorais levantados pela reportagem aqueles que trabalham de forma "voluntária".
Os candidatos do PV Gilberto Abreu (federal) e Marcos Papa (PV) disseram que, por enquanto, têm somente esses agentes à disposição. Os dois, no entanto, querem profissionalizar a campanha, mesmo que minimamente.
"Os voluntários fazem campanha quando podem. Nessa reta final quero contratar pelo menos cinco para um trabalho mais constante de distribuição de material", afirmou Abreu. Papa, por sua vez, disse que pretende contratar duas pessoas.


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