Ribeirão Preto, Quarta-feira, 05 de Novembro de 2008

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Suspeita de atirar contra israelense é presa

Bacharel em direito, Odilia Aparecida Prudencio, 41, negou o crime, mas disse que conheceu Amir Shaya há três anos

Segundo a polícia, mulher foi reconhecida por vítima por meio de fotografia; ela o teria atraído à região para comprar diamantes


GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

A bacharel em direito Odilia Aparecida Prudencio, 41, foi presa na manhã de ontem pela Polícia Civil de Sertãozinho acusada de balear o israelense Amir Shaya, 36, na segunda-feira da semana passada.
Odilia foi detida em sua casa em Jaboticabal, no Jardim Morumbi, bairro de classe média. A mulher negou o crime, de acordo com a polícia, que disse ter encontrado com ela a máquina fotográfica da vítima.
Segundo o delegado Targino Osório, Shaya a reconheceu por foto no sábado. Ele deixou o Brasil anteontem, com destino a Tel Aviv, capital israelense.
A Justiça decretou a prisão temporária da bacharel por 30 dias -renováveis por mais 30. O delegado disse que ela não prestou depoimento formal ontem. "Falei apenas informalmente com ela. Mas tenho 30 dias para colher informações", afirmou o delegado.
Osório disse que, por enquanto, não desconfia do motivo que teria levado a mulher a cometer o crime. "Por enquanto, eu não acho nada. Eu trabalho com fatos", disse. Ele descarta a existência de outras pessoas envolvidas no crime.
De acordo com o delegado, Odilia disse que conheceu o israelense há três anos, no aeroporto de São Paulo, e que esteve com ele no domingo, um dia antes do crime, em Ribeirão Preto. Segundo Osório, Odilia disse que Shaya telefonou para ela para perguntar de um amigo em comum dos dois.
Os dois se encontraram, então, na rodoviária de Ribeirão e foram até um shopping, onde conversaram. Odilia afirmou que apenas na quarta-feira soube que o israelense havia sido baleado, por meio da imprensa, segundo o delegado.
Já Shaya afirmou nunca ter visto a mulher antes do dia em que foi baleado. Ele disse ao delegado ter marcado um encontro com ela por meio de um número de telefone que lhe foi passado por um nigeriano que conheceu num avião.
Segundo Osório, a mulher negou qualquer relação com comércio de diamantes. Shaya disse, no entanto, à polícia que a mulher que o baleou o levava para comprar diamantes. Ele estava no Brasil acompanhado de um amigo, Gil Ginsberg, 34, com dois objetivos: surfar e comprar as pedras preciosas. Segundo o delegado, a mulher já viveu em Johannesburgo (África do Sul) e na Alemanha.
Osório disse que ela tem passagem por estelionato, crime pelo qual foi processada em 1995 -ele não soube dizer se foi condenada ou absolvida. Segundo ele, não há outros suspeitos do crime. Odilia foi levada à cadeia feminina de Pradópolis, onde ficará em cela separada, por ter curso superior.
O advogado Laudelino Braidotti, que defendeu Odilia em casos cíveis, foi até a delegacia, mas não assumiu o caso -a Folha não teve acesso a Odilia.
Shaya foi baleado no dia 27 de outubro, com quatro disparos -um no pescoço, dois no tórax e um na boca-, numa estrada vicinal ao município de Sertãozinho.
A polícia informou inicialmente que haviam sido seis tiros, mas o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto informou que foram quatro disparos, que deixaram seis ferimentos. Shaya disse que estava sendo levado pela mulher até a casa de um vendedor de diamantes -no caminho, quis voltar porque achou o lugar longe demais e ela o baleou.


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