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Suspeita de atirar contra israelense é presa
Bacharel em direito, Odilia Aparecida Prudencio, 41, negou o crime, mas disse que conheceu Amir Shaya há três anos
Segundo a polícia, mulher foi reconhecida por vítima por meio de fotografia; ela o teria atraído à região para comprar diamantes
GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A bacharel em direito Odilia
Aparecida Prudencio, 41, foi
presa na manhã de ontem pela
Polícia Civil de Sertãozinho
acusada de balear o israelense
Amir Shaya, 36, na segunda-feira da semana passada.
Odilia foi detida em sua casa
em Jaboticabal, no Jardim Morumbi, bairro de classe média.
A mulher negou o crime, de
acordo com a polícia, que disse
ter encontrado com ela a máquina fotográfica da vítima.
Segundo o delegado Targino
Osório, Shaya a reconheceu por
foto no sábado. Ele deixou o
Brasil anteontem, com destino
a Tel Aviv, capital israelense.
A Justiça decretou a prisão
temporária da bacharel por 30
dias -renováveis por mais 30.
O delegado disse que ela não
prestou depoimento formal
ontem. "Falei apenas informalmente com ela. Mas tenho 30
dias para colher informações",
afirmou o delegado.
Osório disse que, por enquanto, não desconfia do motivo que teria levado a mulher a
cometer o crime. "Por enquanto, eu não acho nada. Eu trabalho com fatos", disse. Ele descarta a existência de outras
pessoas envolvidas no crime.
De acordo com o delegado,
Odilia disse que conheceu o israelense há três anos, no aeroporto de São Paulo, e que esteve
com ele no domingo, um dia antes do crime, em Ribeirão Preto. Segundo Osório, Odilia disse
que Shaya telefonou para ela
para perguntar de um amigo
em comum dos dois.
Os dois se encontraram, então, na rodoviária de Ribeirão e
foram até um shopping, onde
conversaram. Odilia afirmou
que apenas na quarta-feira soube que o israelense havia sido
baleado, por meio da imprensa,
segundo o delegado.
Já Shaya afirmou nunca ter
visto a mulher antes do dia em
que foi baleado. Ele disse ao delegado ter marcado um encontro com ela por meio de um número de telefone que lhe foi
passado por um nigeriano que
conheceu num avião.
Segundo Osório, a mulher
negou qualquer relação com
comércio de diamantes. Shaya
disse, no entanto, à polícia que
a mulher que o baleou o levava
para comprar diamantes. Ele
estava no Brasil acompanhado
de um amigo, Gil Ginsberg, 34,
com dois objetivos: surfar e
comprar as pedras preciosas.
Segundo o delegado, a mulher
já viveu em Johannesburgo
(África do Sul) e na Alemanha.
Osório disse que ela tem passagem por estelionato, crime
pelo qual foi processada em
1995 -ele não soube dizer se foi
condenada ou absolvida. Segundo ele, não há outros suspeitos do crime. Odilia foi levada à cadeia feminina de Pradópolis, onde ficará em cela separada, por ter curso superior.
O advogado Laudelino Braidotti, que defendeu Odilia em
casos cíveis, foi até a delegacia,
mas não assumiu o caso -a Folha não teve acesso a Odilia.
Shaya foi baleado no dia 27
de outubro, com quatro disparos -um no pescoço, dois no
tórax e um na boca-, numa estrada vicinal ao município de
Sertãozinho.
A polícia informou inicialmente que haviam sido seis tiros, mas o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto informou
que foram quatro disparos, que
deixaram seis ferimentos. Shaya disse que estava sendo levado pela mulher até a casa de um
vendedor de diamantes -no
caminho, quis voltar porque
achou o lugar longe demais e
ela o baleou.
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