Ribeirão Preto, Quarta-feira, 05 de Novembro de 2008

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Usina deixa de moer 40 milhões de t de cana

Volume que sobrará no Centro-Sul é recorde e supera a produção deste ano da região administrativa de Ribeirão Preto

Algumas usinas tentarão prolongar a moagem da cana-de-açúcar até janeiro, mas a condição climática poderá atrapalhar


MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Uma produção de cana-de-açúcar superior à da região administrativa de Ribeirão Preto sobrará de pé nos canaviais ao final da safra deste ano. Ao todo, segundo dados da consultoria Datagro, o excedente da safra no Centro-Sul do país deverá atingir cerca de 40 milhões de toneladas, um recorde.
Na atual safra, de acordo com o IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão do governo do Estado, a região administrativa de Ribeirão deve produzir 38,7 milhões de toneladas. Já a macrorregião -soma das regiões de Franca, Barretos e Central- deve ter produção de 144,2 milhões de toneladas.
A cana sobrará porque a expansão foi muito grande -só em São Paulo a área plantada cresceu 25,3% num ano-, algumas usinas tiveram problema com chuvas no início da safra e porque há outras que não estão em plena capacidade de produção. "É o maior volume [de sobra] que já tivemos, é sem precedentes. É questão de excedente de cana mesmo", disse Sérgio Prado, diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) em Ribeirão Preto.
A Folha apurou que há usinas prevendo moer em janeiro, mês em que normalmente estão com as atividades paralisadas, em razão das chuvas. Estão, inclusive, pedindo autorização ao Estado para queima.
Jairo Balbo, diretor industrial da Usina São Francisco, afirmou que a sobra fará com que algumas usinas comecem a próxima safra em março.
"O que sobrar é poupança. O total dependerá do clima, pode ser 30 milhões ou 40 milhões. É mais que o total de muitos países", disse Maurilio Biagi Filho, presidente do Grupo Maubisa. Em São Paulo, a produção deve atingir 387,5 milhões de toneladas e, no Centro-Sul, 487,5 milhões. Segundo Biagi Filho, a cana que sobrar pode se tornar um bom negócio para o produtor, porque os preços atuais estão baixos.


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