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Usina deixa de moer 40 milhões de t de cana
Volume que sobrará no Centro-Sul é recorde e supera a produção deste ano da região administrativa de Ribeirão Preto
Algumas usinas tentarão prolongar a moagem da cana-de-açúcar até janeiro, mas a condição climática poderá atrapalhar
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma produção de cana-de-açúcar superior à da região administrativa de Ribeirão Preto
sobrará de pé nos canaviais ao
final da safra deste ano. Ao todo, segundo dados da consultoria Datagro, o excedente da safra no Centro-Sul do país deverá atingir cerca de 40 milhões
de toneladas, um recorde.
Na atual safra, de acordo com
o IEA (Instituto de Economia
Agrícola), órgão do governo do
Estado, a região administrativa
de Ribeirão deve produzir 38,7
milhões de toneladas. Já a macrorregião -soma das regiões
de Franca, Barretos e Central-
deve ter produção de 144,2 milhões de toneladas.
A cana sobrará porque a expansão foi muito grande -só
em São Paulo a área plantada
cresceu 25,3% num ano-, algumas usinas tiveram problema
com chuvas no início da safra e
porque há outras que não estão
em plena capacidade de produção. "É o maior volume [de sobra] que já tivemos, é sem precedentes. É questão de excedente de cana mesmo", disse
Sérgio Prado, diretor da Unica
(União da Indústria de Cana-de-Açúcar) em Ribeirão Preto.
A Folha apurou que há usinas prevendo moer em janeiro,
mês em que normalmente estão com as atividades paralisadas, em razão das chuvas. Estão, inclusive, pedindo autorização ao Estado para queima.
Jairo Balbo, diretor industrial da Usina São Francisco,
afirmou que a sobra fará com
que algumas usinas comecem a
próxima safra em março.
"O que sobrar é poupança. O
total dependerá do clima, pode
ser 30 milhões ou 40 milhões.
É mais que o total de muitos
países", disse Maurilio Biagi Filho, presidente do Grupo Maubisa. Em São Paulo, a produção
deve atingir 387,5 milhões de
toneladas e, no Centro-Sul,
487,5 milhões. Segundo Biagi
Filho, a cana que sobrar pode
se tornar um bom negócio para
o produtor, porque os preços
atuais estão baixos.
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