Ribeirão Preto, Sábado, 05 de Novembro de 2011

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Conselho apura aplicação de verba no zoo

Professor foi convocado a dar detalhes sobre denúncia de que recurso da educação é usado no bosque de Ribeirão

Docente enviou carta aberta à prefeita Dárcy Vera; prefeitura diz que há programa de ensino ambiental no bosque

LEANDRO MARTINS

DE RIBEIRÃO PRETO

O Conselho Municipal de Educação de Ribeirão Preto convocou ontem o professor Luís Lopes, docente da rede municipal, para que ele dê detalhes sobre as denúncias de que recursos da Secretaria da Educação da cidade são usados para manutenção do bosque Fábio Barreto.
Lopes, que ocupava cargo comissionado na secretaria, divulgou anteontem uma carta aberta à prefeita Dárcy Vera (PSD) relatando que dinheiro da pasta vem sendo usado para fins não educacionais no zoológico, como a Folha publicou ontem.
A convocação para que o professor forneça detalhes do caso foi feita pelo presidente do conselho, Arnaldo Martinez de Bacco Júnior. Lopes será ouvido na próxima reunião ordinária, no dia 16.
Ontem, o "Diário Oficial" de Ribeirão trouxe a exoneração de Lopes, a pedido, do cargo comissionado de assistente-técnico educacional.
Nomeado por Dárcy, Lopes ocupava a função desde 2009. Ele disse que pediu exoneração por não concordar com o que ocorre no bosque, onde chefiava a Casa da Ciência Galileu Galilei.
Em sua carta aberta, o professor diz que recursos da Secretaria da Educação vêm sendo usados para pagamento de questões administrativas ligadas ao bosque, como vigias, estagiários e até obras.
O caso mais recente é o de um aquário de R$ 950 mil, cuja obra também será paga com dinheiro do ensino.
No caso da segurança do zoo, levantamento feito pela Folha em pagamentos da prefeitura à empresa Albatroz, citada por Lopes, revelam que o município já pagou neste ano R$ 1,7 milhão em contratos por serviços prestados às secretarias da Educação e do Esporte.
Não há, porém, contratos entre a Secretaria do Meio Ambiente, responsável pelo bosque, e a empresa, embora vigias dela atuem no local.
Lopes disse que mesmo depois de divulgar a carta aberta não foi procurado por representantes da prefeitura. Também não recebeu contato de vereadores, aos quais mandou cópias da carta.
O professor disse que vai atender ao chamado do conselho para falar sobre o caso.
A vereadora Silvana Resende (PSDB), principal opositora de Dárcy, disse à reportagem que vai analisar papéis da Secretaria da Educação para verificar a legalidade dos gastos no zoo. Ela vai requerer documentos na próxima sessão da Câmara.

OUTRO LADO
A Prefeitura de Ribeirão afirma que os gastos do ensino no bosque viabilizam o Piea (Programa Integrado de Educação Ambiental), feito em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente.
"O local [bosque] passou de uma situação de perigo de fechamento para se tornar, de verdade, uma sala de aula a céu aberto", informou em nota. Sobre o pagamento de vigias no bosque, a educação diz que o objetivo é dar proteção a professores e alunos que participam do Piea.


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