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VIOLÊNCIA
Perícia conclui que marcas em corpo de garota de programa foram causadas por acessório de camionete
Prostituta foi arrastada presa ao cinto
CRISPIM ALVES
da Reportagem Local
Análise preliminar feita pelo Instituto de Criminalística de São
Paulo indica que a garota de programa Selma Heloísa Artigas da
Silva, 22, estava amarrada ao cinto
de segurança da camionete Pajero
do empresário Pablo Russel Rocha, acusado de arrastar a garota
até a morte, em Ribeirão Preto.
Os peritos deverão concluir que
as marcas detectadas no pulso esquerdo da garota de programa têm
a mesma largura do cinto de segurança da camionete.
O que leva os peritos a crer que
ela provavelmente foi amarrada é
o fato de que as marcas dão uma
volta completa no braço da vítima.
Até o momento, os peritos não
detectaram qualquer indício que
os leve à conclusão que o homicídio tenha sido intencional.
Segundo eles, tanto ela pode ter
se enroscado, quanto amarrada.
Isso, no entanto, acreditam os peritos, dificilmente será esclarecido.
Os laudos do Instituto de Criminalística de São Paulo são apontados como principais provas no caso, tanto pela acusação, quando
pela defesa do empresário.
Amanhã, o empresário acusado
do crime irá depor pela primeira
vez no Fórum de Ribeirão Preto.
Nessa fase do processo, o juiz Luís
Augusto Freire Teotônio, que cuida do caso desde o início, decide se
ele vai a júri popular.
Rocha foi denunciado pela promotoria por homicídio doloso (intencional), há duas semanas,
quando foi decretada a prisão preventiva do acusado.
Em seu depoimento, ele afirmou
que Selma ficou presa acidentalmente ao cinto de segurança da camionete. O crime aconteceu no dia
11 de setembro.
Os peritos de São Paulo ainda
irão concluir outros dois laudos,
químico e bioquímico, requisitados para mostrar em que ponto da
camionete houve atrito com o corpo da vítima.
No inquérito policial, não há
descrição de como a garota foi arrastada, presa pelos braços à lateral do veículo.
Depois de concluídos os laudos
periciais, que devem ficar prontos
esta semana, de acordo com o IC,
será feita a reconstituição do caso.
Reviravolta
Ontem, o advogado Said Issa Hallah, 63, abandonou a defesa do
empresário acusado pelo crime.
Hallah disse que sua presença
como advogado de defesa poderia
estar prejudicando seu cliente,
preso desde o dia 14 de setembro,
quando se apresentou para prestar
depoimento à polícia.
"Cheguei à conclusão que a própria Justiça estaria me vinculando
a um outro caso e que isto não estaria beneficiando meu cliente",
disse o advogado.
Hallah também é advogado de
defesa do empresário Marcelo
Cury, acusado de matar duas pessoas e tentar matar mais uma no
dia 5 de abril do ano passado, durante uma briga em frente à choperia Albano's, em Ribeirão Preto.
Mesmo abandonando o caso,
Hallah reafirmou a inocência de
Rocha. "A descrição do crime feita pelo meu cliente bateu totalmente com o que ficou comprovado nos laudos do Instituto de Criminalística."
O advogado Luís Carlos Bento
assume o caso a partir de hoje. A
Folha não conseguiu falar com o
novo advogado de defesa do empresário.
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